Caracterizada pela sensação de sono insuficiente ou não reparador, a insônia atinge cerca de 36,5% dos brasileiros, segundo dados do Instituto do Sono. Começar o dia com falta de disposição, alterações de humor e de apetite, além de muito sono, são alguns dos sintomas desagradáveis causados pelo problema, que tem, sim, solução!
“O tratamento da insônia pode ser comportamental, ou seja, por meio da meditação, de terapias psicológicas (como a terapia cognitivo-comportamental, orientações de higiene do sono e mudanças de hábitos e comportamentos) ou farmacológicas, quando existe o uso de indutores do sono e antidepressivos (sempre indicados por um especialista!). As terapias geralmente são combinadas e a duração varia dependendo do caso”, esclarece a neurologista especialista em medicina do sono Anna Karla Smith.
Principais causas da insônia
Os motivos desse problema são, muitas vezes, particulares. Partem de sentimentos íntimos de cada um, como preocupações familiares, com o emprego, o relacionamento, ou até mesmo crises de ansiedade sem qualquer motivo aparente. Nesses casos, o acompanhamento com um psicólogo é a melhor saída para lidar melhor com esses tipos de situações e, com isso, buscar o fim da insônia.
Em outras situações, ela pode surgir por conta da idade avançada (pessoas com mais de 60 anos podem sofrer com o problema com maior facilidade), efeitos colaterais de medicamentos, dificuldade de adaptação a um novo ambiente, ingestão excessiva de cafeína, dentre outras razões. O mais importante, em cada caso, é identificá-lo o mais rápido possível para que o sintoma não passe a atrapalhar toda a rotina, afetando o rendimento diário e a qualidade de vida.
“A curto prazo, a insônia pode causar fadiga, cansaço diurno, dores pelo corpo, dificuldades de concentração e de memorização, bem como alterações de humor. Já a longo prazo, além das queixas citadas, pode contribuir para surgimento de doenças crônicas cardiovasculares, tais como hipertensão, arritmias cardíacas, diabetes, entre outras”, alerta a neurologista.
Ajuda da meditação
Além de todos os benefícios conhecidos, meditar ainda funciona como um verdadeiro remédio contra a insônia. O terapeuta holístico Bruno Gimenes ensinou um roteiro para praticar a meditação antes de dormir. Que tal tentar?
- Para começar a relaxar, respire profundamente vinte vezes e não imagine nada, pois qualquer estímulo pode alimentar ainda mais sua mente. Sinta cada parte do seu corpo e o ar entrando e saindo dele.
- Depois, concentre-se nas sensações que o ar provoca ao passar por um ponto abaixo de seu nariz. Sinta, persista em sentir o ar que sai e entra. Fique assim por pelo menos cinco minutos, e, se quiser, escute uma música suave e relaxante neste período. É quase certeza de que muitos pensamentos virão tirar sua atenção do momento presente e lhe estimular a permanecer no piloto automático, mas não dialogue com eles, apenas concentre-se na sua respiração, e deixe-os ir embora como se fossem nuvens passando com o vento. Escolha não dar atenção aos pensamentos agora. Após uma revigorante noite de sono, tudo será resolvido por prioridades e com muita atenção.
- Concentre-se no ar que entra e sai de suas narinas: esse é o seu treinamento e a coisa mais importante deste momento antes de dormir. Com o tempo de prática todos os dias, você pode aumentar a quantidade de minutos que permanece nesse exercício de meditação, pois ele vai melhorar sua concentração, sua disposição, sua capacidade de lidar com suas emoções.
- Não desista nunca. Você merece ter uma noite de sono de qualidade, e o foco na respiração vai te ajudar muito com isso. Assim que se sentir bem focado e muitas vezes notar que já está quase dormindo sentado, deite-se.
Texto e entrevista: Paula Santana Consultorias: Anna Karla Smith, neurologista especialista em medicina do sono; Bruno Gimenes, terapeuta holístico
VEJA TAMBÉM
- Sono excessivo pode indicar problemas graves de saúde
- Meditação: 5 doenças que podem ser evitadas com o método
- 10 benefícios da prática da meditação