Segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, até poucos anos atrás houve um aumento de aproximadamente 34% no número de mulheres internadas devido a infartos. Contrariando o pensamento de grande parte das pessoas, as doenças que ocupam o primeiro lugar em relação aos índices de mortalidade são as do aparelho circulatório, como infarto e derrame, seguidas do câncer, responsável por cerca de 17% das mortes. Mas qual o motivo dos problemas cardiovasculares atingirem tanto as mulheres?
Desvendando o dilema
“Como o músculo cardíaco e as artérias coronárias nas mulheres possuem algumas particularidades em relação aos dos homens, as manifestações também podem ser diferentes, caracterizando o chamado infarto feminino”, explica o especialista em cardiologia Cyro Vargues.
Em outras palavras, é possível afirmar que as diferenças entre problemas cardiovasculares em homens e mulheres são em relação aos sintomas ou na forma de apresentação clínica. Além disso, um dos principais riscos do infarto feminino diz respeito aos sintomas apresentados, uma vez que eles podem ser confundidos com outras doenças, dificultando o diagnóstico e, com isso, afetando o tratamento.
Fatores de risco para o infarto
Segundo o profissional, é comum, entre as mulheres infartadas, a existência de alguns hábitos que podem significar maiores chances de apresentar a doença, como diabetes, hipertensão arterial e tabagismo, sendo que no Brasil há muito mais mulheres fumantes do que homens.
Outro motivo de risco é a baixa preocupação das pessoas do sexo feminino com o nível de colesterol, não realizando, com frequência, exames anuais. “O problema é que o colesterol está diretamente relacionado com a mudança na distribuição de gordura corpórea e com acúmulo de gordura na região do abdômen, o que contribui para o aparecimento e desenvolvimento de placas que obstruem a passagem do sangue, aumentando as possibilidades de doenças cardiovasculares”, afirma Cyro.
Após a menopausa
O infarto feminino é mais comum em idades avançadas, principalmente depois da menopausa. “A doença coronariana nas mulheres aparece, geralmente, após a menopausa, fato que coincide com a queda natural do hormônio estrogênio, que é um protetor natural do coração”, conta Cyro. Além disso, também por questões hormonais, até a menopausa a mulher está mais protegida em relação ao infarto, desde que não associe o tabagismo com o uso de pílulas anticoncepcionais.
Consultoria Cyro Vargues, especialista em cardiologia
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