Infarto feminino: doença é uma das principais causas de morte das mulheres!

Ao contrário do que muitos pensam, o infarto feminino mata mais do que o próprio câncer! Descubra sobre os sintomas da doença e previna-se!

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Segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, até o ano passado (2013) houve um aumento de aproximadamente 34% no número de mulheres internadas devido a infartos. Contrariando o pensamento de grande parte das pessoas, as doenças que ocupam o primeiro lugar em relação aos índices de mortalidade são as do aparelho circulatório, como infarto e derrame, seguidas do câncer, responsável por cerca de 17% das mortes. Mas qual o motivo dos problemas cardiovasculares atingirem tanto as mulheres? Conheça um pouco mai sobre o infarto feminino!

O infarto feminino pode apresentar sintomas diferentes do convencional

O infarto feminino pode apresentar sintomas genéricos como náuseas, fadiga e cansaço. FOTO: Shutterstock.com

Desvendando o dilema

“Como o músculo cardíaco e as artérias coronárias nas mulheres possuem algumas particularidades em relação aos dos homens, as manifestações também podem ser diferentes, caracterizando o chamado infarto feminino”, explica Cyro Vargues, especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e chefe do Serviço de Cardiologia Intervencionista e Hemodinâmica do Hospital São Vicente de Paulo (RJ). Em outras palavras, é possível afirmar que as diferenças entre problemas cardiovasculares em homens e mulheres são em relação aos sintomas ou na forma de apresentação clínica.
Além disso, um dos principais riscos do infarto feminino diz respeito aos sintomas apresentados, uma vez que eles podem ser confundidos com outras doenças, dificultando o diagnóstico e, com isso, afetando o tratamento.

 

Como descobrir o infarto feminino?

É importante conhecer a si mesma e ficar atenta a alguns sinais que o organismo dá, assim a suspeita de infarto pode ser averiguada por um especialista. No caso de problemas no coração em mulheres, geralmente não há a presença do sintoma clássico de forte dor no peito do lado esquerdo e formigamento no braço. O infarto feminino tende a se manifestar com alguns sintomas específicos, tais como:

  • Fadiga intensa
  • Náuseas
  • Dor na boca do estômago

“Essa doença pode simular um problema digestivo, fazendo com que, muitas vezes, a mulher não se dê conta de que está infartando, uma vez que consegue suportar a dor por mais tempo e acaba demorando muito a procurar ajuda médica”, esclarece o cardiologista.


Fatores de risco

Segundo o profissional, é comum, entre as mulheres infartadas, a existência de alguns hábitos que podem significar maiores chances de apresentar a doença, como diabetes, hipertensão arterial e tabagismo, sendo que no Brasil há muito mais mulheres fumantes do que homens.

Outro motivo de risco é a baixa preocupação das pessoas do sexo feminino com o nível de colesterol, não realizando, com frequência, exames anuais. “O problema é que o colesterol está diretamente relacionado com a mudança na distribuição de gordura corpórea e com acúmulo de gordura na região do abdômen, o que contribui para o aparecimento e desenvolvimento de placas que obstruem a passagem do sangue, aumentando as possibilidades de doenças cardiovasculares”, afirma Cyro.

A alimentação não balanceada é um dos maiores fatores para o aumento do colesterol FOTO: Shutterstock.com

Será ansiedade?

Além do tabagismo e da hipertensão, por exemplo, existe mais um agravante em relação ao infarto feminino: o mal diagnóstico. Conforme já explicado, essa doença pode se confundir com várias outras, sendo que, inclusive, os médicos podem associar os sintomas apresentados com a ansiedade, de acordo com um estudo publicado no Canadá.

Para chegarem a essa conclusão, cientistas da Universidade de McGill (em Montreal) buscaram entender as principais diferenças de mortalidade entre homens e mulheres que eram vítimas de ataques do coração. Então, entrevistaram mais de 1.100 pacientes – com idades entre 18 e 55 anos – hospitalizados em 24 instituições do Canadá, em um hospital dos Estados Unidos e em um outro da Suíça. O processo de investigação dos cientistas foi feito com os pacientes nas 24 horas posteriores às suas entradas nos centro médicos.

Depois de concluída, a pesquisa revelou que as mulheres entrevistadas tinham menos condições financeiras que os homens e estavam mais sujeitas a desenvolverem diabetes e hipertensão. Além disso, elas possuíam maiores chances de sofrerem de depressão e ansiedade. Ou seja, de acordo com o estudo, esses resultados indicam que os profissionais médicos têm mais chances de confundir problemas cardíacos com ansiedade.


Mulheres costumam se queixar menos da clássica dor no peito. Em compensação, elas apresentam sintomas genéricos, como náuseas e fraqueza


 

Texto: Larissa Tomazini

 

Consultoria: Cyro Vargues, especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e chefe do Serviço de Cardiologia Intervencionista e Hemodinâmica do Hospital São Vicente de Paulo (RJ)

 

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