Caracterizada por tremores principalmente na região das mãos, o avanço do Parkinson é progressivo e pode até mesmo atingir as demais funções motoras do organismo, comprometendo muitas vezes a fala, respiração e até mesmo as capacidades de locomoção. “Ela é uma doença neurodegenerativa que afeta os movimentos, mais especificamente o sistema motor (de movimentos) extra-piramidal. Com a evolução do processo degenerativo, esses movimentos tendem a ficar progressivamente mais travados e lentos, trazendo grande incapacidade para o indivíduo”, frisa o neurologista Daniel Campinho Schachter. Saiba a importância de diagnosticar o Parkinson e prevenir 0 avanço da doença!
Onde tudo começa
O cérebro, comandante absoluto do corpo humano, conta com um neurotransmissor chamado dopamina, que células especiais utilizam para comandar os movimentos corporais em uma área cerebral denominada substância negra. A causa do Parkinson está relacionada diretamente a essas células que, sem um motivo ainda comprovado cientificamente, são destruídas de maneira progressiva e lenta. Por conta disso, as contrações musculares vão se prejudicando ao longo do tempo, problema que se agrava cada vez mais se não tratado.
“O Parkinson não possui causa específica; vários estudos mostram que existem determinados perfis genéticos associados à doença, mas estes genes isoladamente não provocam a doença e, portanto, acredita-se que deva existir algum tipo de “gatilho” externo que associado ao gene provoca a doença”, Daniel Campinho Schachter, neurologista.
Quando o corpo avisa
Não é fácil identificar ao certo em qual momento os sintomas do Parkinson começam a aparecer. Isto porque, inicialmente, eles são sutis e não atrapalham a rotina de maneira brusca. Os tremores aparecem quando o portador segura um objeto ou está estático, mas, assim que inicia algum tipo de movimento, ele cessa. Por conta disso, muitas vezes ele não se dá conta de que há algo errado com o organismo e continua levando seus dias normalmente. “É possível descrever os sintomas do Parkinson em dois aspectos: a lentidão dos movimentos (em especial o caminhar e os movimentos repetitivos) e o tremor”, lista Daniel.
Ajuda especializada
Somente por meio de uma visita a um profissional qualificado será possível saber se o Parkinson está ou não se manifestando no organismo. Dessa maneira, a doença poderá ser investigada e, caso os exames revelem o resultado positivo, a gravidade do quadro será avaliada. “Alguns AVCs em locais específicos, vários medicamentos, drogas ilícitas e substâncias químicas podem provocar um quadro muito parecido com a doença de Parkinson, mas os sintomas tendem a evoluir e se comportar de forma diferente da doença. Estes casos são chamados de Parkinsonismos”, comenta Daniel.
Texto: Paula Santana
Consultoria: Daniel Campinho Schachter, neurologista
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