Você sabia que aprender novos idiomas pode melhorar as habilidades cognitivas e a saúde do cérebro? Além dos inúmeros benefícios já conhecidos (conseguir um emprego, comunicar-se com estrangeiros, ampliar seus conhecimentos, entre outros), falar mais de uma língua pode mexer positivamente na sua concentração, no seu raciocínio e na memória. Entenda como isso é possível.
Associações infinitas
Qualquer novo aprendizado é sempre um ótimo exercício para cérebro, e aprender um segundo (ou terceiro, ou quarto…) idioma não é diferente. “O fato de estudar um novo idioma desenvolve o aumento da atenção e capacidade de realizar diversas tarefas – no caso, manter duas línguas ativadas – em exercício”, explica o neurologista André Gustavo Lima. Por conta das rápidas associações que devem ser feitas para a compreensão e a expressão do novo idioma, “o cérebro bilíngue é sempre desafiado em reconhecer, dar significados, comunicar em diferentes sistemas de linguagem e utilizar o sistema mais adequado para as diferentes situações”, ressalta a diretora pedagógica e especialista em bilinguismo Geiry Amaral.
Essas atividades fazem com que o cérebro seja constantemente exercitado, gerando maior poder de decisão e mais criatividade. Geiry acrescenta que a capacidade de se expressar em mais de um idioma desenvolve as funções executivas. “São habilidades cognitivas que nos permitem controlar e regular nossos pensamentos, nossas emoções e nossas ações diante dos conflitos ou das distrações”, complementa. Além disso, com o avanço da idade, nosso cérebro tende a envelhecer e a perder capacidade cognitivas. “A aprendizagem de um ou mais idiomas pode contribuir para desacelerar esse envelhecimento e desenvolver mais atenção”, salienta André. Outro ponto destacado pelo especialista é o exercício que se faz com a aprendizagem dos idiomas, aumentando a capacidade de memorização do cérebro.
Sem idade para começar
Não existe uma idade certa para aprender novas línguas, e cada pessoa se adapta diferentemente aos mais diversos métodos de ensino de um segundo idioma. No entanto, os especialistas consultados reforçam que, quanto mais cedo uma criança começa a aprender um segundo idioma, melhor seu aprendizado. “Nessa fase, o ideal é que o segundo idioma seja ensinado como conhecimento, formando o aluno culturalmente, por meio de interações cognitivas, sociais e afetivas. O aluno deve ser apresentado a situações comunicativas, em que desenvolva habilidades de forma espontânea, por meio dos desafios que lhes são propostos”, indica Geiry.
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Texto: Redação Edição: Angelo Matilha Cherubini
Consultorias: Geiry Amaral, diretora pedagógica e especialista em bilinguismo; André Gustavo Lima, neurologista.