Nada mais constrangedor do que aquelas feridinhas nos lábios, que costumam surgir justamente às vésperas de uma festa ou de um encontro que prometia ser maravilhoso. Elas são resultado da ação de um vírus chamado Herpes simplex vírus tipo I. “Esse vírus permanece no organismo em estado latente (como se estivesse adormecido). Quando ocorre uma situação que o reative, ele reaparece na pele ou na mucosa por onde penetrou e causa um novo surto da doença, que chamamos de herpes simples recidivante”, explica o dermatologista Marcos Bonassi.
São vários os motivos que podem reativar o vírus. “Em geral, são os traumas no local, exposição aos raios solares, estresse emocional ou físico, menstruação, infecções respiratórias ou qualquer outro estado de baixa imunidade. A localização mais frequente dos surtos de herpes é nos lábios. O aparecimento das lesões geralmente é precedido de um ardor ou coceira no local, por algumas horas ou dias. Logo após, aparecem as lesões típicas, que são pequenas bolhas de água rodeadas de uma área avermelhada”, detalha Bonassi.
Tratamento
“Nem sempre se consegue curar o herpes definitivamente. O tratamento reduz a quantidade de vírus no organismo, tornando os surtos mais brandos e mais espaçados. Para as pessoas que apresentam surtos muito frequentes, o dermatologista pode optar por um tratamento contínuo, para suprimir a ação do vírus com maior eficiência. Em geral, são ministrados medicamentos antivirais tomados via oral. Os cremes anti-herpéticos possuem pouca eficácia e não substituem os comprimidos”, destaca Bonassi.
De difícil prevenção
Tudo isso mostra que o herpes é uma das doenças mais contagiosas de que se tem notícia. “A prevenção nem sempre é fácil. De maneira geral, a única maneira é evitar o contato com pessoas que estejam com o surto da doença. Quanto mais próximo e íntimo for esse contato, maior é o risco. Deve-se evitar usar os mesmos objetos, como copos e talheres. Mulheres com herpes não devem dividir o batom ou brilho labial. Qualquer ferimento, mesmo que imperceptível, é uma porta de entrada para o vírus no organismo. O simples hábito de lavar as mãos frequentemente com água e sabão ajuda muito a reduzir o contágio”, lembra o dermatologista.
Dois tipos
Apesar de ser mais conhecida como uma doença que afeta os lábios, existe um outro tipo de herpes que ataca os órgãos genitais. E é bem mais perigosa. “No herpes genital, as bolhinhas geralmente aparecem na região da vulva (nas mulheres), no pênis ou na região próxima ao ânus e são muito dolorosas. A transmissão desse tipo acontece por relações sexuais”, declara Bonassi. Em especial as grávidas devem ter mais cuidado caso sejam portadoras do vírus. “A transmissão para o bebê durante o parto pode causar o herpes simples neonatal, que, geralmente, é um quadro grave para o recém-nascido. Em alguns casos, pode até levar o bebê à morte”, avisa o dermatologista.
Texto redação Alto Astral | Consultoria Marcos Bonassi, dermatologista
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