Apesar de a hérnia de disco afetar as vértebras da coluna, os sintomas se dão também em outras partes do corpo. Se a hérnia estiver na região lombar, as dores estarão mais localizadas nos membros inferiores. Se a região afetada for a cervical (na nuca), as áreas com dores se concentrarão nos membros superiores e nos ombros. Além disso, pode ser comum a sensação de formigamento e de fraqueza nos músculos das costas.
Diagnóstico
“Em primeiro lugar, deve haver suspeita clínica. Os sintomas mais comuns são dores nas costas por tempo prolongado (superior a seis semanas) e, principalmente, dor irradiada ao longo da perna. Pode-se observar, ainda, sintomas de choque e formigamento nas pernas”, reforça o ortopedista Alberto Gotfryd.
Tratamento
De forma generalizada, o tratamento deve ser iniciado com medicações sintomáticas, repouso relativo por curtos períodos e fisioterapias. Grande parte dos casos responde bem a essas medidas.
O ortopedista ainda reforça que em algumas situações infiltrações podem auxiliar no desconforto da dor irradiada para a perna. Apenas uma pequena parte dos pacientes não apresenta respostas satisfatórias e precisam de tratamento cirúrgico. “Sem dúvida, essa seja uma das áreas da cirurgia com maior evolução na cirurgia da coluna porque diferentes métodos menos agressivos foram desenvolvidos nas últimas décadas. Dentre eles, posso destacar o uso do microscópio e de câmeras de vídeo. Com elas, o cirurgião consegue remover o fragmento de cartilagem e descomprimir o nervo por mini-incisões e descolamentos limitados”, completa o especialista.
Método inovador
Além de incomodar, a dor nas costas pode ser causada por diferentes motivos, como postura inadequada, sobrepeso e sedentarismo. Se as dores estiverem concentradas nas regiões lombar e cervical da coluna, ela pode indicar hérnia de disco. A novidade para tratar essa lesão é um tratamento não cirúrgico que pode aliviar as dores, o R.M.A. (Reconstrução Músculo Articular).
O novo método é a Reconstrução Músculo Articular (RMA), procedimento não cirúrgico que tem como objetivo aumentar o espaço entre as vértebras para oferecer a reidratação do disco e o toque da raiz nervosa, diminuindo a dor. “Utilizamos fisioterapia manual, mesa de tração eletrônica, mesa de flexão dinâmica, estabilização segmentar e fortalecimento muscular. Nosso tratamento é aplicado em todas as regiões da coluna vertebral: cervical, torácica, lombar, sacral, coccígea”, revela o fisioterapeuta Leonardo Stahelin Eicke.
Eficácia e resultados
“A técnica foi criada com a intenção de assumir todas as etapas de tratamento até o momento de alta. E o mais importante: acompanhar e monitorar o paciente no pós-tratamento, por meio de uma manutenção permanente de exercícios específicos e preventivos para evitar novas recorrências dos problemas que foram tratados”, completa Eicke. O tempo de resposta varia de acordo com o paciente. Cada caso é tratado de forma particular, respeitando o corpo e o tempo de reação de cada um, por isso o tempo para o resultado não pode ser definido previamente. No Brasil, são mais de três mil pacientes tratados com a R.M.A., desenvolvida pelo fisioterapeuta cearense Helder Montenegro, presidente da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna (ABRC).
Prevenção
Em qualquer idade a pessoa pode sofrer com a hérnia de disco, porém é mais frequente em jovens e adultos entre 20 e 40 anos. “As hérnias têm componentes genéticos (impossíveis de prevenir) e comportamentais. Algumas atitudes básicas podem evitar o aparecimento do problema, como não levantar peso com as pernas esticadas; manter atividades físicas regulares, evitar o sobrepeso, não fumar, além de manter postura adequada com a coluna lombar bem apoiada e os dois pés apoiados no chão”, finaliza Alberto Gotfryd.
Texto Redação Alto Astral | Consultoria: Alberto Gotfryd, ortopedista do Hospital Israelita Albert Einstein (SP); Leonardo Stahelin Eicke, fisioterapeuta membro da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna
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