A hepatite C é causada por um vírus transmitido principalmente pelo sangue contaminado e seu período de incubação é de 30 a 150 dias. Ela é considerada a mais perigosa das hepatites, pois é assintomática e o portador pode desenvolver a forma crônica da doença após anos da infecção, o que a torna a principal responsável pela necessidade de transplante de fígado e que leva o paciente a ter cirrose e câncer de fígado. “O que ocorre é que, devido ao fato dela ser silenciosa, muitas vezes o diagnóstico é tardio. Nestas situações, os pacientes já se encontram gravemente enfermos”, afirma o infectologista Edgar de Bortholi Santos.
Aguda e crônica
Existem dois tipos de hepatite C: a aguda e a crônica. “A forma aguda é aquela de resolução virológica, isto é, quando o hospedeiro consegue eliminar o vírus em um tempo curto. Na hepatite C somente 20% dos indivíduos infectados conseguem eliminar o vírus em um processo agudo. Já a crônica é a permanência do vírus no hospedeiro, ou seja, quando o sistema imunológico não consegue eliminá-lo. Nesta batalha entre a replicação do vírus no fígado e a tentativa do hospedeiro de eliminá-lo, quem sai perdendo é o parênquima hepático, tecido do fígado do paciente. O caso pode evoluir para a cirrose e, consequentemente, para a perda da função deste órgão”, explica Edgar.
Diagnóstico
A confirmação da infecção é realizada por testes sorológicos, os quais indicarão a presença de elementos do agente. Estes exames podem ser realizados em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS) ou nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). “Os testes sorológicos apresentam uma boa especificidade. Se der positivo a possibilidade é 99%. Porém, eles se positivam tardiamente, isto é, a partir do segundo mês da infecção. Por isso, além do exame sorológico, podemos também identificar o vírus por técnicas de biologia molecular”, diz Edgar.
Transmissão da hepatite C
O vírus da hepatite C está presente no sangue, portanto, qualquer material que tiver contato com ele pode ser contaminado. “As agulhas infectadas e materiais de cirurgias, manicure e de estúdios de piercing e tatuagem são meios de transmissão. Além desses, materiais utilizados em ambientes com poucos cuidados de higiene, principalmente, de transfusão de sangue ou de seus derivados, representam risco. Importante ressaltar que, atualmente, os bancos de sangue no Brasil estão equipados com testes sensíveis para descobrir a presença do vírus no sangue dos doadores, o que tem diminuído muito o risco desta forma de transmissão”, afirma o infectologista Edgar.
O vírus da hepatite C é dificilmente transmitido através de relação sexual e de mãe para filho, mas há uma pequena chance. “Vale ressaltar também que ele não se transmite através dos alimentos e utensílios domésticos, como copo, colher e prato dos pacientes que tenham a doença. Também não há transmissão via beijo, abraço ou tosse”, explica o especialista.
Texto Redação Alto Astral
Consultoria Edgar de Bortholi Santos, infectologista
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