Enjoos, ausência de menstruação e o aumento de peso já são suficientes para se caracterizar o início de uma gestação, certo? Nem sempre! A pseudociese, mais conhecida como gravidez psicológica, pode provocar os mesmos sintomas apresentados por uma mulher que está realmente esperando um filho. A psicóloga Luciana Leis comenta o assunto e ajuda mulheres que estão passando por este momento.
Parece real
A gravidez psicológica é tão intensa que a mulher realmente acredita que está esperando um bebê, e passa até a apresentar todos os sintomas característicos de uma gestação. “Somos um todo integrado. Assim, o corpo começa a trabalhar em função do que ele acredita”, destaca a profissional. Em alguns casos, inclusive, a mulher sente movimentos do suposto bebê dentro da barriga, graças a alucinações que provocam essas sensações no corpo.
Descoberta
O marido e a família só conseguem perceber que a mulher não está realmente grávida por meio exames clínicos. “Porém, em casais desconectados, no qual não há intimidade física e emocional, é possível que o parceiro não saiba que se trate de uma gravidez psicológica”, avalia. O problema é que, quando a paciente não tem a gestação confirmada pelo médico, ela muda de profissional, pois não consegue se convencer de que não está esperando um filho, dificultando o tratamento.
Supostos motivos
Inúmeras tentativas frustradas de ter um filho, o medo de não conseguir ser mãe ou mesmo o pavor de engravidar pode levar a mulher a desenvolver a pseudociese. Também é preciso considerar casos em que não necessariamente o desejo de ter um filho predomina, mas sim o que ele representa para aquela família. “Por exemplo, um casamento em crise, onde uma criança é vista como possibilidade de salvação”, explica a psicóloga.
Quem tem mais chances de desenvolver uma gravidez psicológica?
Não há um perfil padrão de mulheres que passam por esse tipo de doença. Mas, normalmente, pessoas muito frágeis emocionalmente ou que estejam temporariamente abaladas ou vulneráveis têm mais chance de desenvolvê-la.
Apoio familiar
Procurar ajuda profissional e começar um trabalho de psicoterapia são os primeiros passos para tratar o problema. “Para que seja mais eficaz, a família deve estar envolvida nesse processo”, afirma a psicóloga. Quando a mulher já apresenta um quadro de depressão, também é necessário o acompanhamento de um psiquiatra.
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