Ritmo das grandes cidades compromete funções psicológicas

Correria dos grandes centros urbanos pode causar esgotamento físico e emocional. Esquizofrenia tem duas vezes mais chances de se desenvolver

- Foto: Vinicius Tupinamba/Shutterstock.com

A falta de tempo, compreensão, vínculos afetivos, tranquilidade, entre outras necessidades para o nosso bem-estar, somadas ao ritmo de vida – todos característicos da rotina das grandes cidades –, podem levar a um esgotamento físico e emocional. “O indivíduo se torna, aos poucos, incapaz de reconhecer pormenores do cotidiano, de dar importância ao que o mantém vivo. O próximo passo é o comprometimento de funções psicológicas básicas, como a atenção, a percepção, a concentração, a memória… Isso tudo incide sobre como você se movimenta, como seu corpo responde a essas questões”, explica Rodrigo Toledo, coordenador do curso de psicologia da Universidade Ibirapuera, em São Paulo (SP).

Ritmo das grandes cidades compromete funções psicológicas

Foto: Vinicius Tupinamba/Shutterstock.com

Dessa forma, a qualidade de vida das pessoas vai diminuindo, já que os estímulos para reverter o quadro de esgotamento ficam cada vez menores, podendo resultar em situações mais graves. “Quanto maior a exposição aos estressores da vida cotidiana, maior a chance de adoecimento. Dependendo do caso, o indivíduo necessitará de um afastamento de seu emprego, por exemplo”, complementa o psiquiatra Hewdy Lobo Ribeiro..

É claro que seu corpo e sua mente podem ser afetados de maneira negativa com essa constante exposição. “Em alguns casos, pode haver uma baixa produção da serotonina, que é uma das causas da depressão. Enfim, afeta de uma maneira muito negativa o sistema nervoso da pessoa”, aponta a mestre em psicologia Letícia Guedes. Essa substância também está diretamente ligada ao transtorno de ansiedade. A rotina nos grandes centro também pode ocasionar em outras disfunções, como a esquizofrenia.

O perigo da esquizofrenia

Algo que vem preocupando pessoas e pesquisadores é a esquizofrenia. É um transtorno antigo – estima-se que foi há mais de 100 anos que surgiram os primeiros casos –, mas que ainda se faz presente. De acordo com dados da King’s College de Londres, a doença atinge cerca de 1% da população mundial. Além disso, outras pesquisas apontam que pessoas que vivem em grandes cidades têm duas vezes mais chances de serem acometidas. Mesmo que a causa ainda seja desconhecida, é preciso ficar atento a alguns dos sintomas, como acreditar no que não existe, apresentar confusão de pensamentos, dificuldade motora, entre outros. O tratamento pode ser feito por meio de consultas psicológicas e medicamentos.

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Consultorias: Hewdy Lobo Ribeiro, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria (IPQ) da Universidade de São Paulo (USP), psiquiatra forense e psicogeriatra pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP); Letícia Guedes, psicóloga clínica, analista do comportamento, especialista em terapia comportamental cognitiva, mestre em psicologia e membro da Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental (ABPMC); Rodrigo Toledo, coordenador do curso de psicologia da Universidade Ibirapuera e membro do Comitê de Ética e Pesquisa (COEPE), mestre em educação pelo Programa de Estudos PósGraduados em Educação: Sujeitos, Formação e Aprendizagem da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid/SP).

Texto: Vitor Manfio/Colaborador – Entrevistas: Karina Alonso/Colaborador – Edição: Augusto Biason/Colaborador

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