As gírias fazem parte da adolescência e podem, muitas vezes, ser um ruído na comunicação entre pais e filhos. Entender o que eles estão falando é essencial, tanto para avaliar se o vocabulário é adequado, quanto para tentar entender o que se passa na cabeça dos adolescentes. Para ajudar você, Denise Dias, terapeuta infantil e colunista de Malu, deu algumas dicas valiosas. Confira!
Devo proibir?
“Não há porque haver proibição do uso de gírias. O que os pais devem ficar atentos é se elas possuem algum caráter de violência, de agressão, depreciação, se a linguagem utilizada possui caráter negativo no geral. Caso contrário, não há por que pegar no pé dos filhos, muito pelo contrário: os pais podem e devem até mesmo buscar informações para compreender as gírias usadas para evitar um distanciamento familiar”.
Momento adequado
“O cuidado necessário é certificar-se que cada linguagem seja utilizada no ambiente adequado. O que é gíria deve ser dito ou escrito em ambientes e grupos permitidos. Não há razão para o uso de uma linguagem mais popular onde a formalidade é exigida, como por exemplo, nas provas e tarefas escolares, a não ser que seja combinado entre a turma de alunos e o professor. Uma dica que dou é que os pais perguntem aos filhos se o professor permite tal linguagem antes de fazerem acusações infundadas e injustas, afinal, muitos pais não se informam sobre a vida escolar dos filhos e tiram conclusões precipitadas”.
De olho na internet
“A internet contribui muito para a formação de gírias escritas, mas além da forma abreviativa das redes sociais, há também a constante comunicação via uso dos emojis, ou seja, aquelas carinhas amarelas com expressões faciais diferentes, utilizadas cada uma em uma situação emotiva específica, e outros símbolos em forma de desenhos. Isso é importante para os pais: se a forma como eles fazem questão de escrever entre eles é totalmente incompreensível, pode ser que estejam escondendo algo de propósito, ou seja, há que se verificar com a devida importância”.
Conselho para os pais
“Castigo é consequência, e todos nós lidamos com as consequências dos nossos atos, das nossas escolhas sempre. Por isso, é dever dos pais cuidar para que seus filhos lidem com as consequências dos próprios atos. E o mau comportamento quando envolve o uso de gírias faz parte disso também”.
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Texto: Daniela Andrioli// Edição: Luis Felipe Silva