Você já reparou se tem alguma habilidade parecida com a de seus pais? Seu filho ou sua filha fazem a mesma coisa que você, e isso impressiona? Às vezes, observamos como temos características similares, por exemplo, o poder de liderança, o dom de tocar algum instrumento musical, capacidade de se comunicar bem e ter boa desenvoltura em público. Até que ponto a genética tem a ver com filhos herdando as habilidades dos pais?
Genética e herança de habilidades: até que ponto?
Mesmo não havendo a certeza de que o talento de um pai seja repassado diretamente ao seu filho(a), existem diversos casos que podem exemplificar esse tipo de herança, como o cantor sertanejo Xororó e seus descendentes Sandy e Junior. O ex-jogador e atual treinador da seleção brasileira masculina de vôlei, Bernardinho, e o levantador da amarelinha, Bruno. Outro exemplo é de George H. W. Bush (41º presidente dos Estados Unidos) e seu filho, George W. Bush (43º presidente norte-americano).
Será isso uma tendência genética? O que explicaria, então, os filhos de grandes ícones mundiais que não desenvolveram um papel tão importante quanto o de seus pais? Gilda Paoliello, professora do curso de pós–graduação em Psiquiatria do Instituto de Pesquisas Médicas (IPEMED), explica que nem sempre há a certeza da transmissão dessas capacidades, mas que existe uma aptidão a ser aprimorada. “O que se herda é a capacidade de ter talento e não o talento em si, pois as potencialidades necessitam interagir com o ambiente para se desenvolverem”, relata a profissional.
Nesse campo de possibilidades, alguns estudos desvendaram os atributos que são herdados com mais frequência. “Os mais recorrentes são o raciocínio verbal, relacionado ao talento para a escrita; o raciocínio numérico, associado às equações, números e lógica; e o espacial, talento para se enxergar em um bloco de pedra uma forma especial”, descreve.
Para desenvolver essas habilidades, é necessário que a pessoa se envolva no processo de aperfeiçoamento e, segundo Gilda, transforme a “sua folha em branco em texto, a pedra em escultura e o som em melodia”.
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Texto: Vitor Manfio/Colaborador – Edição: Victor Santos
Consultorias: Gilda Paoliello, professora do curso de pós-graduação em Psiquiatria do Instituto de Pesquisas Médicas (IPEMED) e da Residência de Psiquiatria do IPSEMG – Psiquiatra e Psicanalista, em Belo Horizonte (MG); Silvana Nunes Garcia Bormio, professora do curso de psicologia da Universidade Sagrado Coração (USC), em Bauru (SP).