O esquecimento tem atrapalhado a fluência normal de sua rotina? Bem, se sua resposta foi sim, talvez esteja na hora de você prestar mais atenção em sua memória. Mas − se servir de consolo − quase ninguém está satisfeito com a que tem, e, ao contrário do que se pensa, não se trata de uma exclusividade entre as pessoas idosas. Embora os estudiosos não dominem completamente os mistérios que fazem o cérebro guardar ou descartar informações, é possível aprender muita coisa sobre o assunto, especialmente como manter seu depósito de lembranças a salvo.
Múltiplos desempenhos
Imagens, sons, cheiros, movimentos e outras variáveis são importantes no processo de aquisição e de assimilação de informações no cérebro. E é importante compreender que existem dois mecanismos básicos de armazenamento: a memória de curto prazo e aquela que tem tempo indeterminado (ou de longo prazo), além de diversas qualidades. A primeira é utilizada, por exemplo, para gravar a placa de um carro ou um número de telefone que serão usados imediatamente após a sua observação. Uma vez empregados, os dados são “apagados” da mente. Já a de longo prazo, como decorar a tabuada, pode ser recordada depois de décadas. Seja qual for a memória, a atenção é um pré-requisito fundamental tanto para guardar uma informação quanto para resgatá-la no momento em que se quer.
Coisa da idade?
Os neurônios responsáveis por arquivar os acontecimentos na memória são muito lentos em relação aos com demais funções. Em geral, funcionam com a repetição de estímulos: quanto mais idênticos, mais fixados ficam − razão pela qual gravamos letras de músicas ouvidas repetidas vezes. Ainda que o envelhecimento natural do corpo exija um processo mais prolongado ou detalhado para a memorização de informações, se não houver doença que afete o funcionamento do cérebro, uma pessoa idosa é tão capaz de guardar informações quanto outra jovem. Considerando o princípio da repetição, um texto lido seguidas vezes ao longo da vida será mais facilmente lembrado na velhice do que por uma pessoa que o leu por menos vezes, possivelmente um jovem.
Principais tipos de memória
Processual: que dá novas habilidades ao corpo. Usada quando se aprende a andar de bicicleta ou dirigir.
Topocinética: permite noções de espaço, grava movimentos e registra posições corporais. Ativada quando você usa o GPS, por exemplo.
Episódica: exclusiva, é formada pelos acontecimentos da vida de cada um, sejam eles positivos ou não. A comida do último almoço ou o primeiro amor.
Semântica: guarda as palavras, os raciocínios e o sentido das coisas. Geralmente exige que as informações sejam repetidas várias vezes.
Visual: registra rostos e lugares por onde você passou. Lembrou-se da paisagem do seu último passeio?
Como a memória funciona?
1. Assimilação: a captação de imagens, sons, movimentos e cheiros disparam ligações químicas entre os neurônios, ativando a memória de curto prazo, usada quando se quer guardar o número de um telefone a ser usado imediatamente.
2. Hipocampo: região do cérebro que envia dados a diferentes regiões do córtex cerebral, desencadeando reações químicas mais profundas entre os neurônios. Quanto mais extensa e intensa a interação neural, melhor será a qualidade da memória.
3. Lobo frontal: é a estrutura responsável pelo processo de recordação, que coordena as diversas memórias, trazendo à tona as informações devidamente estocadas. Nele, a memória de curto e a de longo prazo se completam para formar o raciocínio.
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