A epidemia do zika vírus assustou muitas mulheres gestantes ou que planejavam engravidar por conta do risco do bebê desenvolver a microcefalia. Você sabe tudo sobre o assunto? A seguir, veja as dúvidas mais comuns:
1. O que é microcefalia?
É uma alteração neurológica em que o tamanho da cabeça, ou seja, o perímetro cefálico, é menor do que o esperado para a idade e sexo (medida comparativa aos padrões vistos nas curvas de perímetro cefálico, como a da Organização Mundial da Saúde, Fenton, etc.).
Segundo a OMS, a microcefalia ocorre quando o perímetro cefálico encontra-se igual ou menor do que dois desvios-padrão abaixo da média para a idade e sexo. Na prática, um perímetro cefálico abaixo de 32cm, para recém-nascidos com 37 semanas ou mais de gestação.
2. Apenas o fato de a criança ter nascido com a cabeça menor que a média significa que ela é microcéfala?
Não. É preciso observar o momento em que o bebê nasceu. Se ele é prematuro, terá uma cabecinha menor, mas também terá um corpinho menor. É preciso considerar a relação entre a curva do perímetro encefálico, a curva do peso e a curva da estatura da criança; observar se existe a proporção entre o rostinho do bebê e o crânio, ou seja, ver se não está sobrando pele sobre o crânio.
Além disso, é preciso realizar o exame neurológico e muitas vezes no primeiro exame já é possível observar algumas alterações do desenvolvimento desse bebê. Ele é mais durinho do que deveria ser, às vezes é um pouco mais alheio. Estas são situações que ajudam também a fechar o diagnóstico. Não só o tamanho da cabecinha.
3. É possível detectar o problema durante a gestação?
Na verdade, em grande parte dos casos, as primeiras suspeitas são levantadas durante exames pré-natal. A ultrassonografia é bastante precisa no diagnóstico de microcefalia, uma vez que é possível tirar medidas exatas do corpo que está em formação e compará-las com os padrões médios.
4. Já está comprovada a relação do zika vírus com a microcefalia?
Sim. O Ministério da Saúde confirmou a relação após análises feitas em amostras de sangue e tecidos de um bebê nascido no Ceará pelo Instituto Evandro Chagas, nas quais foram constatadas a presença do zika vírus. O Instituto divulgou ainda que o bebê apresentava outras malformações congênitas e não conseguiu sobreviver.
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Texto e entrevistas: David Cintra – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Consultorias: Marcela Amaral Avelino Jacobina, neurologista da Amato Instituto de Medicina Avançada; Ana Elisa Baião, ginecologista; Marcio Fernandes Nehab, pediatra; e Tânia Saad, neurologista.