Você chega em casa após o trabalho e tem dificuldade para sentar no sofá e relaxar de verdade. Ou, mesmo após uma noite inteira de sono, não tem energias para cumprir as tarefas diárias e ainda sente como se um batalhão tivesse passado por cima de você. Então, o corpo começa a demonstrar que algo não está bem: o cansaço é contínuo, as dores surgem com frequência e fica cada vez mais difícil manter o bom humor. E aí você se pergunta: “o que está acontecendo?”. A resposta é clara: o estresse te visitou.
Desvendando o estresse
Somos seres humanos e não super-heróis, por isso, nossa capacidade de lidar com frustrações do dia a dia é restrita. E assim, ficamos cada vez mais tensos. Segundo a psiquiatra Maria Cristina De Stefano, o estresse pode ser organizado em três fases: de alarme, resistência e exaustão. Na primeira, “há uma reação imediata de alerta dos mecanismos adaptativos, buscando resolução rápida do problema e retorno às funções normais do organismo o mais ligeiramente possível, sem dano ou sequelas”, explica a psiquiatra.
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Já na fase de resistência, o organismo continua em estresse até que o problema causador dos sintomas seja resolvido, mesmo que haja um dano temporário. “Porém, na fase de exaustão, as reservas adaptativas já se esgotaram e não há possibilidade de resolução do problema desencadeador e nem como aguentar a mesma solução do problema inicial, podendo levar à morte do organismo”, alerta.
A seu favor
O problema do estresse está na sua cronicidade, quando os sistemas nervoso, endócrino e imunológico são afetados, provocando comportamentos inadequados. Por outro lado, também é responsável por liberar mediadores químicos, como a adrenalina, que provocam respostas fisiológicas responsáveis pelas ações de luta ou fuga diante do perigo. “Essa é uma reação normal do organismo que nos ajuda a sobreviver, assim como aos animais irracionais também”, explica a psicóloga Marina Vasconcellos.
Sem essa resposta natural do organismo, possivelmente ficaríamos paralisados diante de momentos que exigem uma atitude rápida de defesa. “Há situações em que é inevitável um certo nível de estresse, por exemplo, os pilotos de Fórmula 1, que são tomados por níveis altíssimos de estresse durante uma corrida, ficando alertas para qualquer reação necessária. Esportes de alto risco, como saltar de pára quedas, ou dirigir uma moto em altíssima velocidade, assim como inúmeras outras situações nos provocam estresse, mas são picos passageiros e de certa forma ‘esperados’”, exemplifica Vasconcellos.
Como diria o ditado “ruim com ele, pior sem ele”, o ideal a ser feito é controlar o estresse e usá-lo a nosso favor. Confira aqui dicas para mantê-lo sob controle e cuidar da sua saúde mental.
Consultorias: Maria Cristina De Stefano, psiquiatra; Marina Vasconcellos, psicóloga e terapeuta de casal e familiar.
Texto: Érica Aguiar – Edição: Augusto Biason/Colaborador