Saiba mais sobre o Transtorno do Estresse Pós-Traumático

Num mundo marcado por violência, o emocional é testado ao limite, fazendo com que os casos de Transtorno do Estresse Pós-Traumático não parem de crescer.

- Foto: Shutterstock.com

O estresse é, atualmente, uma condição tão generalizada entre as pessoas que dizer-se estressado já virou lugar-comum. Quem é que não acumula cansaço, ansiedade, tensão e fica impaciente em alguns (ou muitos) momentos do dia? Quase todo mundo. Mas existem algumas situações específicas, ligadas a traumas muito intensos e graves, difíceis de serem superados emocionalmente, em que o estresse pode adquirir maior dimensão, prejudicando o dia a dia e causando um sofrimento que não passa com descanso e atividades prazerosas. Descubra, a seguir, quais são essas situações de Transtorno do Estresse Pós-Traumático e como vencê-las para manter o bem-estar e a saúde emocional.

mulher sentada no canto chorando

FOTO: Shutterstock

Falar é preciso

Entre as barreiras mais importantes para o tratamento está a identificação do trauma, uma vez que a vítima evita falar sobre o que aconteceu, tamanha a dificuldade que tem em lidar com o problema. “Esse constrangimento em falar sobre eventos traumáticos ocorre principalmente nas mulheres, uma vez que o trauma sexual é a causa mais comum de Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) no sexo feminino”, explica o psiquiatra Ivan Figueira, do Rio de Janeiro. Então, o primeiro passo para superar tamanho e tão prolongado sofrimento é pedir ajuda, se possível de psiquiatras ou psicólogos especializados no assunto. No processo de recuperação do trauma, também é importante contar com o apoio de amigos e parentes, que precisam agir com muita paciência e empatia em relação à vítima do transtorno.

Experiência desestruturante

A violência urbana em seus mais terríveis episódios (estupros, sequestros, assaltos, assassinatos) costuma ser o evento desencadeador mais comum do Transtorno do Estresse Pós-Traumático na atualidade. Mas a perda súbita de alguém próximo (por doença fatal ou acidente, por exemplo) e algumas catástrofes naturais também podem ser o gatilho para o início da doença. A experiência que leva ao Transtorno do Estresse Pós-Traumático (chamada de trauma), portanto, tem uma característica fundamental: ela é desestruturante, capaz de modificar crenças que as pessoas tinham a respeito da segurança e da estabilidade do mundo onde vivem.

Não é o assalto em si, mas a sensação de insegurança levada ao extremo que provoca desestruturação, quase como se tudo o que se entendia antes do trauma como estável e permanente se desintegrasse, causando um profundo estresse ao indivíduo. “No cérebro humano, as alterações decorrentes do trauma nada mais são do que uma tentativa de resposta adaptativa à nova ordem imposta por eventos que desestruturam as crenças, regras e pressupostos que regem nosso modo de ver e interpretar a nós mesmos e ao mundo”, explica o psiquiatra Paulo Knapp, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

transtorno estresse pos traumatico

FOTO: Shutterstock.com

Tentativa de adaptação

Passada a vivência traumática, o indivíduo tenta, a todo custo, se adaptar novamente à rotina, agora modificada por um acontecimento significativamente desestruturador. Dependendo da gravidade do trauma e também do quanto ele abalou a vítima, ela pode, aos poucos, elaborar seus significados pessoais para tudo o que aconteceu e voltar ao equilíbrio. Mas algumas pessoas, por mais que tentem, não conseguem conviver com a lembrança e a perturbação provocada pelo acontecido, e permanecem na tentativa de adaptação por muito tempo, o que prolonga o estresse e seus efeitos nocivos, tanto do ponto de vista psicológico como físico.

Essa é uma das razões pelas quais, em geral, o Transtorno do Estresse Pós-Traumático  aparece no mínimo um mês após o evento traumático. Os sintomas estão agrupados em três grandes grupos de comportamento: revivescência do evento traumático (sentir com frequência que está vivendo tudo novamente), evitação de estímulos associados ao evento (não passar mais pela rua onde tudo aconteceu, por exemplo) e hiperexcitabilidade (aumento da atenção para todo e qualquer estímulo que possa sinalizar que o evento irá acontecer novamente, que pode, por exemplo, trazer problemas ao sono).

Vítima secundária

A dimensão do estresse pós-traumático não se limita às vítimas de violência, mas pode atingir também pessoas que presenciaram fatos extremos vividos por outras pessoas, com sintomas bastante semelhantes aos do Transtorno do Estresse Pós-Traumático  desenvolvido pela própria vítima. Profissionais que lidam com emergências, como bombeiros e paramédicos, estão sujeitos a esse tipo de trauma, e também precisam de preparo e ajuda psicológica no sentido de lidarem, em seu dia a dia de trabalho, com experiências extremamente desestruturantes.

 

 

Fontes: artigos diagnóstico do transtorno de estresse pós-traumático, de Ivan Figueira e Mauro Mendlowicz, Revista Brasileira de Psiquiatria; Terapia cognitiva do transtorno de estresse pós-traumático, de Paulo Knapp e Renato Maiato Caminha, Revista Brasileira de Psiquiatria.

Texto: Redação Alto Astral

 

 

LEIA TAMBÉM:

 

Notícias

Após dois anos de espera, os desfiles de Carnaval finalmente voltam à Avenida; saiba tudo sobre blocos, desfiles e escolas de samba em 2022

Entretenimento

Com seus conteúdos sobre cinema, esses críticos e influenciadores vão te trazer muitas informações e diversão, viu?

Saúde

Especialista lista uma série de atitudes que você pode tomar para diminuir o colesterol; confira (COM VÍDEO)

Saúde

Já ouviu falar que "corpo de verão se constrói no inverno"? Especialista explica porque o projeto de emagrecimento deve começar com antecedência