Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a enxaqueca é a 10ª doença mais incapacitante e acomete em torno de 15% da população mundial. No Brasil, são aproximadamente 30 milhões de pessoas que sofrem com a doença, inclusive, a enxaqueca na gravidez é bem mais comum do que se pensa. Não faltam motivos que podem desencadear o problema: estresse, obesidade, sono inadequado, jejum, alguns alimentos, cheiros fortes, tempo seco, alteração de hormônios, entre outros. Atualmente, há mais de 200 tipos de dores de cabeça, então, o primeiro passo é diferenciá-las da enxaqueca – dor latejante que pulsa e, normalmente, acomete um lado do crânio, mas pode mudar de lado também.
Entendendo o problema
A enxaqueca pode ser com aura e sem aura. É na primeira que ocorrem as alterações visuais como pontos escuros, luminosos ou manchas na visão, que podem anteceder ou acompanhar a dor de cabeça e costumam durar de cinco a 60 minutos. Também costumam aparecer alterações sensitivas como formigamentos que iniciam na mão, antebraço, braço e metade da língua. Já a forma mais comum de enxaqueca é a sem aura, sem essas alterações. Segundo a neurologista Celia Roesler, vice-coordenadora do Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia, antes de qualquer coisa, é preciso muita cautela, pois nem toda dor de cabeça é enxaqueca. “Se você possui uma dor de cabeça constante, isto é, dois episódios em única semana, que duram de quatro a 72 horas, e utiliza analgésicos, é importante ficar alerta e procurar ajuda, pois já está fazendo o uso abusivo de medicamentos”, explica Célia.
Tratamento indicado
Quando se trata de enxaqueca na gravidez, existem os tratamentos abortivos e o preventivos. Entre os tratamentos abortivos estão diversos medicamentos, como anti-inflamatórios. Mas, na prática, a paciente tem que fazer um tratamento preventivo com alternativas que diminuam a frequência e a intensidade das crises, já que a gestante não pode tomar qualquer tipo de medicamento. No caso da enxaqueca na gravidez, é comum durante o primeiro trimestre as dores serem mais constantes, mesmo porque há a oscilação hormonal.
No primeiro trimestre de gravidez, ocorrem as oscilações hormonais que contribuem para que a paciente tenha mais dores de cabeça. Além disso, devido aos enjoos, a paciente se alimenta mal e tem crises de enxaqueca por hipoglicemia e pela ansiedade que costuma ocorrer nos primeiros meses. “Esse é um período muito crítico em que as pacientes têm que tomar muito cuidado. Nesses casos, a neuromodulação do Cefaly se torna um aliado e tanto na prevenção de dores de cabeça e enxaquecas”, explica a especialista.
O Cefaly, aparelho em formato de arco que, ao ser colocado na cabeça, gera pequenos estímulos elétricos no nervo trigêmeo, principal causador das dores de cabeça, e por meio desses impulsos alivia a dor. Livre de efeitos colaterais, esse método preventivo também pode ser utilizado por crianças a partir de oito anos e por idosos. “Mas atenção: seu uso só deve ser feito com acompanhamento médico”, alerta a profissional.
Pequenas mudanças, grandes resultados
Alguns hábitos podem funcionar como um verdadeiro gatilho para a enxaqueca. Dormir menos de oito horas por dia, consumir muitos alimentos industrializados e carboidratos, chocolates, molhos, queijos amarelos, vinhos, glutamato monossódico, tudo isso pode estar associado às dores. Mas calma: não é preciso abandoná-los, somente tente diminuir o consumo e preste atenção em sua alimentação.
Hábitos que podem ajudar
São excelentes práticas que trazem benefícios diretos aos pacientes:
- Musculação
- Corrida
- Caminhada
- Pilates
- Yoga
“É importante ressaltar que qualquer pessoa com enxaqueca consegue ter uma vida normal, desde que esteja atento aos gatilhos que podem desencadear uma crise. Com apenas algumas mudanças de hábito de vida é possível ter uma qualidade de vida melhor”, reforça a neurologista.
Fonte: Célia Roesler, neurologista e vice-coordenadora do Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia
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