É difícil não conhecer pelo menos uma pessoa que sofra de enxaqueca. Conhecido como uma forte dor de cabeça, o problema, na verdade, é mais complexo, e reflete em várias áreas do organismo, o que ajuda a surgir especulações. Para que não sobrem dúvidas a respeito da doença, listamos alguns mitos recorrentes e desvendamos a verdade sobre eles. Confira!
1. Sinusite pode causar enxaqueca
MITO. Há quem relate que juntamente, ao mal-estar da sinusite, surjam também os sintomas da enxaqueca. No entanto, não há ligação direta entre os dois problemas. “Se o indivíduo tem um estado febril, com muita secreção e tosse, pode ter uma dor de cabeça. Mas é bom frisar que são duas doenças distintas”, afirma o neurologista Victor Massena.
2. Vomitar ajuda a passar a enxaqueca
MITO. A ânsia e o vômito são um dos principais sinais de que se está tendo uma crise. Embora haja casos em que vomitar ajuda a aliviar a dor, a ação não tem nenhuma relação com a melhora da dor de cabeça. “Pode melhorar o enjoo, que é um sintoma muito frequente, mas não resolve o problema”, frisa Massena.
3. Alimentos podem provocar crises
VERDADE. Alguns alimentos como queijos, chocolates e vinhos podem causar crises de enxaqueca. Alguns pacientes apresentam piora dos sintomas ao consumir alimentos muito gordurosos, frituras ou embutidos. Para amenizar as crises, é importante manter uma alimentação saudável.
4. Coriza nasal é um sintoma do distúrbio
DEPENDE. Pouco comum, mas também presente entre os relatados de sintomas de quem sofre com as crises, a coriza nasal, a princípio, não está ligada ao mal-estar da cabeça. “É preciso ser investigado se existe outra doença concomitante à enxaqueca. Ela por si só não causa coriza. Pode ser uma questão alérgica, que não tem nada a ver com a doença. Muitas pessoas têm problemas associados e nem sabem”, diz Massena.
5. Fígado e estômago são afetados pela enxaqueca
MITO. Por ter náuseas e vômitos como sintomas das crises de enxaqueca, é comum associar o problema ao estômago e ao fígado. Porém, o incômodo nesses órgãos se deve à parte do processo químico da dor, que faz com que o estômago se dilate e fique paralisado, causando indigestão e enjoo.
O fato de certos alimentos desencadearem uma crise também não tem ligação com a digestão, e sim com a presença de certas substâncias que agem diretamente no cérebro.
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Consultorias: Daniel Schachter, neurologista do Hospital São Vicente de Paulo (RJ); Victor Massena, neurologista do Hospital Adventista Silvestre (RJ)
Texto e entrevistas: Natália Negretti – Edição: Augusto Biason/Colaborador