Ela demorou para ser compreendida como doença, mas a divulgação do problema por meio da mídia fez com que a gravidade do tema tomasse as devidas proporções. “A depressão é a doença mental de maior incidência no mundo, e pode ser tão grave que leva à morte por suicídio”, afirma a psiquiatra Maria Cristina de Stefano. Agora, que tal saber mais sobre um tipo de depressão que atinge somente as mulheres e que ainda não é tão reconhecida pela população?
Depressão pós-parto
“Não há causa específica para depressão pós-parto, mas, em geral, sabemos as alterações físicas, emocionais e psicológicas que são apresentadas. De certo, para cada mulher terá uma causa ou um conjunto que explique os sintomas”, ressalta a psicanalista Elizandra Souza. Ela também afirma que esse problema não atinge somente quem engravidou de surpresa: muitas que planejaram a gravidez sofrem com a doença, que normalmente não tem indícios durante o período de gestação – mas aquelas que têm histórico de depressão ou que apresentam dificuldades em lidar com perdas ou momentos decisivos merecem atenção especial.
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Entre mães e filhos
Um dos primeiros sinais que a mulher apresenta é com relação à criança: “ela pode ficar triste, com raiva do mundo e, principalmente, com ódio da criança”, esclarece Elizandra. Em alguns casos, é necessário o afastamento do filho para evitar que a mãe o maltrate.
Mas a criança sente que algo está errado? “Há um ramo da psicanálise que estuda bebês e diz que sim. Ele sente que algo está errado nessa relação, até porque suas demandas biológicas e emocionais não são satisfeitas”, indica a profissional. Entretanto, não é possível afirmar se a criança terá problemas emocionais futuros, já que, na maioria das vezes, alguém supre as necessidades no lugar da mãe. Ao perceber que alguém está, possivelmente, sofrendo de depressão pós-parto, o indicado é orientar a procurar ajuda profissional. Assim, mãe e bebê serão preservados de problemas futuros.
Consultoria Maria Cristina de Stefano, psiquiatra; Elizandra Souza, psicanalista