Para apontar um elemento desencadeador dos transtornos alimentares, é preciso, primeiramente, procurar um profissional especializado (psiquiatra ou psicólogo) para que o diagnóstico seja feito com base em uma análise completa sobre o paciente.
“São múltiplos os fatores que causam esse tipo de transtorno. Eles vão desde predisposições genéticas, passando por vulnerabilidades biológicas, como tendência a obesidade, fragilidade psicológica, baixa autoestima, traços obsessivos e perfeccionistas ou instabilidade afetiva e impulsividade”, pontua a psicóloga Juliana Guimarães.
A especialista aponta que doenças de caráter psiquiátrico, como o desenvolvimento da depressão e o próprio transtorno de ansiedade, também podem levar a um quadro de distúrbio alimentar. Além disso, “muitas vezes, os fatores emocionais são considerados importantes gatilhos na manifestação desses quadros clínicos”, explica a psicóloga clínica Vânica Calazans.
Outra questão a ser levantada em relação aos pretextos para esses casos é a supervalorização do corpo, ainda muito presente na sociedade. O culto ao padrão da silhueta magra, principalmente por pessoas que estão na mídia, seja em novelas ou comerciais, pode levar seguidores que não atendem aos padrões a hábitos alimentares extremamente nocivos à saúde. Por isso, como orienta a nutricionista Patrícia Bertoni, “seja a melhor versão de você – não se compare com ninguém, pois cada ser humano é único em suas qualidades e defeitos. Se espelhar em alguém é diferente de querer ser igual”.
As consequências
Comer demais ou de menos pode parecer uma questão inocente que se resolve com qualquer dieta. Porém, se não tratada com a devida seriedade, há o risco de vários prejuízos, tanto em relação à saúde corporal quanto mental, como assinala Patrícia. “O quadro pode desencadear depressão, isolamento social, crises de ansiedade, desnutrição, carências nutricionais, problemas gástricos, desmaios, entre outros. Muitos condições vão precisar de internação hospitalar para tratamento imediato de distúrbios hidroeletrolíticos causado pelo excesso de vômitos, diarreias ou excesso de jejum, podendo levar o indivíduo a óbito”, alerta a nutricionista.
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Consultorias: Juliana Guimarães, psicóloga; Lorena Táboas Martins, nutricionista; Patrícia Bertoni, nutricionista; Reinaldo Renzi, psicólogo clínico; Vânia Calazans, psicóloga clínica e hipnoterapeuta.
Fonte: Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais (DSM-5), Associação Americana de Medicina; editora Artmed, 2013.
Texto e entrevistas: Giovane Rocha/Colaborador – Edição: Augusto Biason/Colaborador