Pode parecer um desconforto passageiro e sem importância, mas as dores lombares já atingem 65% da população durante o ano e pelo menos 84% das pessoas irão sofrer com elas em algum momento da vida. Elas são responsáveis por um alto índice de incapacidades e faltas ao trabalho, o que acaba gerando um gasto grande para as empresas e para o sistema de saúde.
Um estudo realizado pela PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) mostra que as dores lombares e de coluna já ocupam a 2ª posição entre as doenças crônicas que atingem a população, com a taxa de 13,5%. Perdendo apenas para os casos de hipertensão.
“As mudanças no perfil da população brasileira , como o aumento do número de idosos -, que hoje representam cerca de 8% da população total -, o aumento de hábitos sedentários entre os adultos e, consequentemente, mudanças na composição corporal como aumento dos índices de sobrepeso e obesidade que atingem igualmente mulheres e homens, são fatores importantes que devem ser observados como importantes fatores de riscos para a ocorrência da dor lombar”, explica o cirurgião especialista em coluna vertebral Vinicius Benites.
Apesar da grande quantia de pessoas atingidas pelas dores lombares, apenas 60% delas procuram tratamento. Os motivos do incômodo são vários, “a dor lombar é resultado de um conjunto de causas, como fatores sociodemográficos (idade, sexo, renda e escolaridade), estado de saúde, estilo de vida ou comportamento (tabagismo, alimentação e sedentarismo) e ocupação (trabalho físico pesado, movimentos repetitivos)”, pontua o especialista.
Acabe com o sedentarismo
A pesquisa ainda indica que em lugares desenvolvidos, onde a intensidade dos trabalhos costume ser menor, a incidência de dores lombares é duas vezes maior do que em países onde tem-se uma rotina de trabalho mais intensa. Isso significa que as dores estão diretamente ligadas a uma vida sedentária. Recentemente, um importante revista cientifica associada à Nature, constatou que pessoas que caminham e/ou correm com frequência tem os discos intervertebrais (lombar) mais hidratador, maiores e mais saudáveis do que as pessoas sedentárias.
Vinicius ainda acrescenta o por que praticar os exercícios pode ser , “o estudo mostra ser benéfico andar e correr na faixa de 5 a 9km/h. Menos do que isso ou mais não traz benefícios à coluna. Esses resultados da pesquisa mudam a forma de entender a influência dos esportes na proteção da coluna, já que até esse artigo ser publicado, era consenso que apenas as atividades de fortalecimento protegiam a região. Sendo assim, agregamos agora uma nova ferramenta: caminhadas e corridas”.
Texto: Michele Custódio/Colaboradora | Consultoria: Vinicius Benites, cirurgião especialista em coluna vertebral e presidente da Sociedade Brasileira da Coluna
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