Vício em internet
A facilidade de acesso à rede fez com que surgisse o vício em internet, que tem sintomas similares aos da dependência em drogas, como, por exemplo, afastamento social, comprometimento do sono e dificuldade de atenção e concentração. “Caracteriza-se por vício um hábito que degenera ou causa algum prejuízo ao indivíduo e aos que com ele convivem. Ou seja, quando ele abre mão de atividades importantes para ficar usufruindo de uma só coisa”, define Márcia Marins, biopsicanalista.
No tratamento para esse tipo de vício, o mais importante é a autopercepção, que é quando a pessoa percebe que está com um problema e procura os motivos que a levaram àquela situação. Só há uso de medicamentos se for constatado, por um especialista, que além do vício, existe algum outro transtorno, como depressão ou ansiedade.
Anorexia e bulimia
“Não é difícil associarmos anorexia e bulimia ao mundo da moda. Logicamente esse não é o único motivo para o adoecimento, mas a cultura da magreza, de fato, é algo preocupante”, afirma a psicóloga e psicanalista Cleunice Menezes. São doenças distintas: a primeira é quando a pessoa deixa de se alimentar e passa a ficar obcecada por exercícios físicos. A segunda é quando, após a refeição, o indivíduo provoca o vômito ou ingere laxantes e diuréticos. Nas duas doenças há a distorção de imagem: ao se olharem no espelho, se enxergam acima do peso, mesmo estando abaixo ou com o peso ideal. O tratamento para esses transtornos consiste em uso de terapias individuais ou em grupo, acompanhamento de nutricionistas e, em casos mais graves, uso de medicamentos indicados por especialistas.
Obesidade
Cerca de 500 cientistas de 300 instituições participaram de uma pesquisa que analisou 187 países nas últimas quatro décadas. É o “Global Burden of Disease” (Peso Global das Doenças), que é o maior estudo sobre a saúde da humanidade. A última versão do relatório é de 2010, e constatou que a obesidade mata mais do que a desnutrição no mundo. É um problema que pode ter fundo emocional, como ansiedade e estresse. “Nota-se que nos dias atuais as pessoas estão mais estressadas e ansiosas, a cobrança interna e social os torna mais infelizes, o que os leva à busca compensatória através da alimentação”, explica a psicóloga Clarice Menezes.
O tratamento para esse problema deve ser multidisciplinar, com acompanhamentos de nutricionistas, educadores físicos, clínicos gerais, cardiologistas, endócrinos, e também psicólogos, para aprender a lidar com as emoções.
Consultoria Cleunice Menezes, psicóloga e psicanalista; Gilda Paoliello, professora do Curso de pós-graduação em Psiquiatria da Faculdade IPEMED de Ciências Médicas; Marcia Marins, biopsicanalista do Instituto Biosegredo