Um dos muitos cuidados necessários durante a gravidez é o acompanhamento dos níveis de glicose no sangue da mamãe. É por meio dessa supervisão que se pode diagnosticar o diabetes gestacional, que surge ou é identificado pela primeira vez durante a gravidez. A doença pode persistir na mulher mesmo depois do parto e trazer problemas à saúde do bebê.
Qual é o problema?
Para conceber uma vida, o corpo feminino passa por várias mudanças metabólicas e hormonais. Dentre elas, ocorre um aumento na produção do hormônio lactogênio placentário, que pode dificultar ou até mesmo bloquear a ação da insulina materna. O organismo de muitas mulheres consegue compensar esse desequilíbrio aumentando a produção de insulina; contudo, para algumas o problema acaba se agravando, com elevações glicêmicas que caracterizam o diabetes gestacional. “Se a mulher consome muito açúcar e massas, aumentam-se as chances de desenvolver a doença”, alerta o ginecologista Sílvio Takata.
Prejuízos à saúde
Além do risco de ficar permanentemente diabética, a gestante com glicose descompensada também pode ter aumento de pressão arterial. Já para o bebê, o ganho excessivo de peso, chamado de macrossomia fetal, é a manifestação mais característica. O sobrepeso do feto pode dificultar o parto, além de elevar os riscos de problemas de saúde no recém-nascido. “A queda nos níveis de glicose nesses bebês logo após o parto pode causar hipoglicemia e icterícia. Eles ainda têm mais chances de ficarem obesos e terem desequilíbrios de glicose na infância e na vida adulta”, alerta a endocrinologista Carolina Alves.
Revertendo o problema
O tratamento é feito em três frentes: acompanhamento clínico multidisciplinar (com endocrinologista, obstetra, nutricionista e enfermeira); reeducação alimentar que permita um ganho de peso adequado e prática regular de atividade física, desde que não haja contraindicação.
Geralmente, essas medidas controlam o excesso de glicose no sangue em 50 a 80% das pacientes, mas nos casos em que a glicemia permanece elevada, prescreve-se o uso de insulina, já que as medicações orais não são permitidas para gestantes. Após o parto, um novo exame deve ser realizado na mãe a fim de identificar se o quadro de diabetes foi revertido.
Texto Redação Alto Astral
Consultoria Carolina Alves, endocrinologista; Sílvio Takata, ginecologista
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