De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), cerca de 13 milhões de brasileiros têm a doença, o que representa 6,9% da população. Sabe-se que um dos principais fatores desencadeantes do diabetes é a obesidade, que acomete 18,9% dos brasileiros1. Entretanto, o que a maioria das pessoas desconhece é que a doença tem uma relação direta com problemas cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Entenda como o diabetes pode afetar a saúde do seu coração!
Por que isso acontece?
Para Francisco Kerr Saraiva, cardiologista e professor da PUC Campinas, pacientes com diabetes tipo 2, que corresponde a mais de 90% dos casos (segundo a SBD) e decorre de uma associação entre fatores genéticos e problemas como obesidade e sedentarismo, têm de duas a quatro vezes mais riscos de mortalidade por doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC). “O diabetes gera uma série de alterações metabólicas nos vasos sanguíneos e no coração, podendo levar o paciente à condição de aterosclerose, ou seja, acúmulo de placas de gordura, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias, restringindo o fluxo sanguíneo”, explica o cardiologista. Todas essas mudanças ocasionam ainda alterações nos níveis de lipídios, triglicerídeos, colesterol ruim (LDL), colesterol bom (HDL) e pressão arterial. Juntos, esses fatores podem aumentar de forma relevante o risco de infarto.
Quando da sinais
O diabetes é uma doença silenciosa, ou seja, não apresenta sintomas. Quando eles aparecem, geralmente algum prejuízo já foi causado ao organismo. Em todo caso, é necessário prestar atenção às mudanças no corpo e a alguns sinais. O diabetes tipo 1 pode causar sede e fome constante, aumento da vontade de urinar, perda de peso, fraqueza, náuseas e vômitos. O diabetes tipo 2 também pode provocar fome, sede e vontade de urinar diversas vezes, além de infecções frequentes, feridas que demoram para cicatrizar, formigamento nos pés e alteração visual.
Prevenção acima de tudo
Já que existe a relação entre os problemas, o médico explica que são necessárias algumas medidas, além de controlar a glicemia, para evitar que os problemas apareçam: “É preciso monitorar colesterol e pressão arterial, combater o excesso de peso, tabagismo e praticar atividades físicas”. Além de monitorar e zelar pela qualidade de vida do paciente diabético, os médicos alertam para a importância da prevenção. “Se não olharmos para o excesso de peso não conseguiremos nunca controlar o diabetes”, explica o cardiologista. A prevenção precisa ser iniciada na infância e adolescência, pois uma criança com excesso de peso tem 80% de chance de se tornar obesa na fase adulta.
Texto: Redação Alto Astral | Consultoria: Francisco Kerr Saraiva, cardiologista e professor da PUC Campinas
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