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Dois séculos após a descoberta da doença, ainda não há cura para o Parkinson. Veja os principais sintomas e tratamentos do distúrbio.
- FOTO: Shutterstock

Dia Mundial do Parkinson: data comemora 200 anos da descrição da doença

Dois séculos após a descoberta da doença, ainda não há cura para o Parkinson. Veja os principais sintomas e tratamentos do distúrbio.

O britânico James Parkinson foi um paleontólogo que publicou diversos artigos nessa área e na geologia, além da sociologia. Ainda assim, sua maior contribuição acabou sendo mesmo na medicina. Com estudos na área da saúde, desenvolveu diversas pesquisas que culminaram, em 1817, no clássico An Essay on the Shaking Passy (Um Estudo sobre a Paralisia da Agitação, em tradução livre), ensaio de 66 páginas e cinco capítulos em que descreveu minuciosamente essa paralisia, posteriormente rebatizada de doença de Parkinson em sua homenagem.

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FOTO: Shutterstock

Dessa maneira, identificado há exatamente 200 anos – por isso, o dia 11 de abril é conhecido como o Dia Mundial de Combate à Doença de Parkinson –, esse distúrbio segue tirando o sono de médicos e cientistas na busca por sua cura. Porém, algumas técnicas e avanços recentes têm deixado todos mais otimistas, e proporcionado mais qualidade de vida aos pacientes.

Cérebro e Parkinson

“Trata-se de uma doença do sistema nervoso central, neurodegenerativa, caracterizada por distúrbios de movimento, e que está incluída entre as mais frequentes enfermidades neurológicas”, esclarece a neurologista Fernanda Leal Suzano. Sua principal característica é o comprometimento no sistema motor – que inclui a tremedeira nas extremidades das mãos e a lentidão maior nos movimentos. A neurologista acrescenta que manifestações não motoras, como distúrbios cognitivos e psiquiátricos, também podem ser observadas.

A causa desse transtorno se dá devido à perda de neurônios numa área do cérebro conhecida como substância negra. “Essa região fica nos núcleos da base do cérebro e é responsável pela produção de dopamina”, indica o neurologista Andre Gustavo Lima. Esse neurotransmissor, entre outras funções, participa do controle dos movimentos do nosso corpo.

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Foto: iStock.com/Getty Images

O Parkinson possui um caráter progressivo e é, ainda, incurável. “A evolução varia muito de paciente para paciente, mantendo-se bem, em média, por quatro a cinco anos de tratamento. Após esse período, aumentam as chances de surgirem complicações”, descreve Fernanda. “Porém, existem casos com vinte anos de evolução, progressão dos sintomas e com quase nenhuma incapacidade física, e, por sua vez, outros indivíduos com apenas um ou dois anos de doença e que contam com grave incapacitação”, completa a especialista.

Lima também ressalta um ponto importante: os grupos de risco. “A doença de Parkinson pode acometer qualquer pessoa, independentemente de sexo, raça, cor ou classe social, e tende a afetar as mais idosas. A grande maioria tem os primeiros sintomas a partir dos 50 anos, podendo aparecer em mais jovens, embora os casos sejam mais raros”, pontua.

Sintomas e consequências

É difícil precisar exatamente quando os sintomas se iniciam – em muitos casos, surgem devagar e até de maneira traiçoeira. Entre os indícios mais recorrentes do Parkinson, podemos listar:

Principais

  • Tremor, que aparece em repouso e é observado especialmente nas mãos. Também podem surgir na musculatura facial e nas pernas;
  • Bradicinesia, termo que classifica a lentidão de movimentos.

Podem aparecer

  • Instabilidade postural;
  • Diminuição do olfato;
  • Transtornos relacionados ao sono;
  • Declínio cognitivo.

Encarar tudo isso é uma missão que exige envolvimento de todos. “A doença consiste em um transtorno que afeta a saúde e qualidade de vida dos pacientes, e compromete toda a estrutura socioeconômica familiar”, destaca a geriatra Fabíola Crescentini.

Tratamentos

Em relação aos tratamentos, Fabíola indica que existem opções, ainda que nenhuma delas seja capaz de pôr um ponto final no quadro. “Temos o farmacológico, o não farmacológico e o cirúrgico”, lista a profissional, “sendo que todos eles visam o controle dos sintomas. Não há, até o momento, tratamento com efeito neuroprotetor ou que previna a progressão da doença”.

Os especialistas destacam que o tratamento com remédios é o mais utilizado – sempre acompanhando os demais procedimentos – e, no geral, as drogas atuam diretamente na deficiência de dopamina. “São medicações que, basicamente, aumentam esse neurotransmissor, como a levodopa (o mais eficaz), agonistas dopaminérgicos, selegilina e rasagilina”, aponta o neurologista André Carvalho Felício, “e há, ainda, medicações que atuam em outros receptores cerebrais como acetilcolina (biperideno) e glutamato (amantadina)”.

Já o tratamento não farmacológico envolve uma equipe multidisciplinar, e é indicado em qualquer fase da doença acompanhando o uso de medicamentos. “Há a fisioterapia, que tem o objetivo de melhorar ganho e força muscular, flexibilidade, melhora do equilíbrio e postura, redução da lentificação e rigidez; a fonoaudiologia, que tem busca facilitar a deglutição e a voz, devendo ser iniciado o mais breve possível; e a parte nutricional, que permite orientar o ideal aporte calórico, proteico e a hidratação, que tendem a reduzir as complicações frequentes no curso da doença”, enumera Fabíola.

LEIA TAMBÉM

Texto e entrevistas: Victor Santos – Edição: Augusto Biason/Colaborador

Consultorias: André Carvalho Felício, neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo (SP); Andre Gustavo Lima, neurologista, membro da Academia Brasileira de Neurologia e membro fundador da Associação de Neurologistas do Estado do Rio de Janeiro (RJ); Fabíola Crescentini, geriatra; Fernanda Leal Suzano, médica neurologista no Hospital Estadual de Urgência e Emergência de Vitória (ES); Marcus Vinicius Minucci, neurologista e professor na Faculdade de Medicina de Petrópolis (RJ).

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