Considerada, junto com a ansiedade, um dos males do século, a depressão, assim como se encontra definido na quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM – 5, sigla em inglês), é um distúrbio mental grave que pode vir acompanhado de sentimento de grande tristeza, desânimo, sono desregulado, o que leva a um grande cansaço, sensação constante de culpa e dificuldade em se concentrar.
E esses sintomas, se não controlados, podem interferir na vida da pessoa, como causar dificuldades no trabalho, visto que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é o transtorno que mais incapacita profissionalmente no mundo — algo que acaba agravando ainda mais o quadro.
Por isso, se esses sinais forem se prolongando, é essencial que familiares e amigos não encarem como uma “frescura” da pessoa e a auxiliem procurando por um diagnóstico de um psiquiatra.
Com o quadro depressivo confirmado pelo especialista e sua gravidade determinada, o profissional poderá prescrever remédios para a administração dos sintomas ou, ainda, terapias alternativas que irão ajudar o paciente a conter a depressão e voltar a ter uma boa qualidade de vida.
Em busca de controle
A psiquiatra Maria Cristina De Stefano aconselha que é necessário recorrer ao tratamento medicamentoso quando os sintomas da depressão causam grandes prejuízos na vida da pessoa. Nesse caso, a especialista afirma que será indicado o uso de antidepressivos, estabilizadores de humor e ansiolíticos (para controlar a ansiedade e a tensão), até que os traços comecem a aparecer com menos frequência.
Por outro lado, há a possibilidade de recorrer a soluções alternativas. “Atividade física regular, mudanças alimentares, sono reparador, diminuição da competitividade profissional ou pessoal, trabalhos comunitários solidários, tolerância para com os outros ou situações, desenvolvimento de religiosidade, entre diversas mudanças de comportamento emocional, são conhecidas por desenvolver a mente e a saúde mental”, aconselha a psiquiatra.
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Consultorias: Maria Cristina De Stefano, psiquiatra; Mario Rodrigues Louzã Neto, psiquiatra, médico assistente e coordenador do Programa de Esquizofrenia (Projesq) e do Programa de Déficit de Atenção e Hiperatividade (PRODATH) do Instituto de Psiquiatria no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); Rodrigo Pessanha, psiquiatra.
Texto: Giovane Rocha/Colaborador – Entrevistas: Giovane Rocha/Colaborador e Ricardo Piccinato – Edição: Augusto Biason/Colaborador