O déjà vu já era estudado desde a Grécia antiga, mas, com o tempo, ganhou outras explicações. No século 18, o parapsicólogo Émile Boirac investigou o fenômeno e o definiu como um flashback de outras reencarnações. A parapsicologia o interpretava como uma forma de premonição.
Por outro lado, os espíritas acreditam que o acontecimento está relacionado a uma experiência do espírito, que sai do corpo durante o sono. Segundo o parapsicólogo Luciano Gomes dos Santos, o fenômeno é desconsiderado por muitos cientistas porque é frequentemente associado com experiências de vidas passadas e abduções alienígenas. Atualmente, os pesquisadores continuam procurando uma explicação definitiva, mas já é possível afirmar que a origem é biológica, não paranormal.
Luciano explica que o déjà vu ocorre “quando há uma disfunção momentânea na comunicação entre os neurônios em algum ponto do córtex cerebral, responsável pela codificação das informações recebidas e seu armazenamento na memória”. Geralmente, a pessoa registra impressões e imagens antes de ter consciência delas. Durante o fenômeno, um estímulo novo é percebido como parte da memória, fazendo com que a pessoa sinta como se aquela experiência já tivesse acontecido antes.
É doença?
O parapsicólogo explica que depende do caso e da motivação do déjà vu, porém a experiência em si não é uma doença. Se tiver uma causa biológica, surge a partir de transtornos mentais, como ansiedade, depressão, distúrbios dissociativos e esquizofrenia. “Por isso, podemos afirmar que estaria relacionado também aos transtornos mentais na vida de uma pessoa, pois ela entra em total desarmonia do seu ser e desencadeia o déjà vu”.
Contudo, segundo a psicóloga Vânia Calazans, é importante procurar ajuda médica que possa indicar o melhor tratamento, quando a sensação se torna motivo de estresse e ansiedade. “Em alguns casos, quando essa experiência se torna recorrente, ou seja, passa a ser crônica, pode causar depressão”, explica.
Eterno déjà vu
Um jovem britânico de 23 anos experimenta, há oito anos, a sensação de estar preso em um túnel do tempo, porque tem episódios frequentes de déjà vu. Os pesquisadores que buscaram desvendar o mistério fizeram tomografias e exames do cérebro do rapaz, mas tudo parecia normal. Então, eles chegaram à conclusão de que a experiência é provocada mais por razões psicológicas, como ansiedade excessiva, do que neurológicas.
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Texto e entrevistas: Karina Alonso/Colaboradora – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Consultorias: Luciano Gomes dos Santos, parapsicólogo; Vânia Calazans, psicóloga