Compreender o que acontece na nossa mente, enquanto fazemos decisões e tomamos atitudes sem percebermos, faz parte dos questionamentos de cientistas há muitos anos, gerando, muitas vezes, mais dúvidas do que respostas. No entanto, sabe-se que a maneira como o mecanismo inconsciente pode interferir nas decisões do dia a dia depende da história de vida de cada um, de suas experiências pessoais ou coletivas.
Segundo a psicóloga clínica Carolina Careta, uma situação comum é o momento em que a pessoa escolhe um(a) parceiro(a). “O homem procura inconscientemente uma mãe na parceira, ou a mulher um pai no parceiro, podendo futuramente prejudicar a vida afetiva e sexual do casal”, explica.
Nesses casos, é preciso que o psicólogo torne o paciente consciente dessas decisões e trabalhe, por meio da psicoterapia, formas de resolver-se com cada figura envolvida e inicie uma vida mais madura com o(a) companheiro(a).
Outro momento que pode sofrer essa influência é a escolha de uma profissão. Sentimentos como raiva e decepção, quando, inconscientemente, carregamos traços de justiça e valorização, podem se tornar evidentes em um mundo em que as pessoas são imperfeitas. “Isso pode causar, inclusive, as somatizações e transtornos de ordem depressiva ou ansiosa, por não conseguir lidar com essas questões”, conta Carolina.
Sua presença também pode ser sentida nas memórias e lembranças. De acordo com a Carolina Careta, a forma positiva ou negativa dependerá de aspectos individuais, como visão de mundo, grau de maturidade da pessoa ao longo do tempo e a forma como encara a vida, suas relações e posicionamento frente a elas.
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Texto: Karina Alonso/Colaboradora – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Entrevista: Vitor Manfio/Colaborador – Consultoria: Carolina Careta, psicóloga clínica e escritora