5 motivos que mostram que a culpa da violência não é da vítima (ou da roupa que ela usa)

Na quarta (21.09), uma pesquisa chocou: 1 em cada 3 pessoas acredita que a culpa do estupro é da mulher. Entenda porque esse pensamento não tá com nada!

- FOTO: Reprodução/Facebook

Nessa quarta (21.09), uma pesquisa divulgada pelo Datafolha e encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) chamou a atenção e gerou polêmica nas redes sociais. Segundo ela, um em cada três brasileiros acredita que, nos casos de estupro, a culpa é da mulher.

FOTO: Reprodução/ThinkStock

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Cerca de 42% dos homens acham que mulheres que “se dão ao respeito não são estupradas”. Entre as mulheres, 32% concordam com essa afirmação. Enquanto que 30% dos homens afirma que a mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for estuprada. Outros dados chamaram a atenção: 85% das mulheres no Brasil inteiro tem medo de sofrer esse tipo de violência. 

A culpabilização da vítima acontece nos mais diferentes espaços, e a pesquisa demonstrou como esse senso comum está enraizado na nossa sociedade. Separamos 5 motivos que mostram que a culpa da violência não é da mulher ou da roupa que ela veste:

1. Os dados mostram que essa violência não tem nada a ver com a roupa que você está vestindo

Você sabia que o maior índice de pessoas que sofrem estupros no Brasil são crianças e adolescentes? Mais da metade das vítimas dessa violência tem até 13 anos de idade. Ou seja: essa violência não tem nada a ver com a roupa que elas estavam vestindo. ?

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2. Beco escuro? Não! A maioria acontece dentro de casa

Mais de 70% dos estupros são cometidos por parentes, como pais e padrastos, namorados, amigos ou conhecidos da vítima. “O que indica que o principal inimigo está dentro de casa e que a violência nasce dentro dos lares”, revela o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

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3. A maior parte das vítimas não estava usando roupas provocantes no momento da violência

Em 2014, especialistas, delegados e psicólogos revelaram que as vítimas não são escolhidas pelo agressor por causa da roupa que estavam usando, e sim pela vulnerabilidade que estavam sujeitas no ambiente. “O autor de um estupro procura sempre as melhores condições para aquela prática daquele delito. Essas condições estão sempre ligadas ao ambiente. Existem pessoas próximas? Não existem? Lugar ermo, como é que está a iluminação. Ela pode gritar, pode não gritar. Infelizmente todas as mulheres são vítimas em potenciais desse tipo de criminoso”, relata a delegada Ana Cristina, de São Paulo.

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4. A culpa não é da vítima

A advogada Michelly Santos revela porque a ideia de que a mulher é culpada pela violência que sofre, é na verdade “uma concepção super machista”. “Se o homem tem o direito de usar a roupa que quer, sair à hora que deseja, beber, dançar eu (e todas as outras mulheres) também temos. Isso não dá a você o direito de “passar a mão nela”; se ela opta por usar uma roupa curta, isso não legitima o estupro“, explica Michelly. “Mas por que não? Porque a mulher faz com e do corpo dela, no limite legal, o que ela quiser. Exatamente como o homem“, finaliza.

FOTO: Reprodução/Vaimenina.com.br

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5. Isso faz parte de uma cultura enraizada na sociedade – mas nós podemos mudá-la!

Você já ouviu falar em “cultura do estupro”? Esse é o nome que pesquisadoras e estudiosas dão para um crime tão comum em nossa sociedade. A violência sexual é um crime terrível, que precisa ser punido e com o qual ninguém concorda, né?. A professora Izabel Solyszko, assistente social, professora e doutora em Serviço Social pela UFRJ explica:

Violência sexual não é algo cometido por meia-dúzia de psicopatas, não é coisa de gente doente. Estupro está em todo o lugar e é um dos crimes menos denunciados do mundo. Tratar isso como problema sócio-cultural é tentar mudar um triste quadro de silenciamento massivo, em que 10% das ocorrências são levadas à justiça“.

Isso significa que, infelizmente, esse é um pensamento que é comum na sociedade, mas que pode ser mudado. Várias ONGs, sites e organizações estão lutando cada vez mais para combater isso, desde o assédio nas ruas até às violências contra todas as mulheres. 

 

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