O mosquito Aedes Aegypti é muito mais perigoso do que se imaginava: além de transmitir a dengue, ele provoca ainda a chikungunya e a zika, responsável pela microcefalia, uma má-formação que torna a cabeça da pessoa significativamente menor do que a de outros da mesma idade e sexo. Segundo dados do Ministério da Saúde, há quase 1,3 mil casos de microcefalia no país, espalhados por 311 municípios de 13 Estados e Distrito Federal. Conversamos com a infectologista Camila de Almeida Silva, do Hospital e Maternidade Santa Joana, para esclarecer mais sobre essa doença que preocupa os agentes de saúde.
O que é microcefalia?
“A microcefalia é uma malformação congênita que faz com que ocorra uma alteração no sistema nervoso. Os bebês nascem com o cérebro menor do que o esperado (perímetro cefálico pequeno) o que compromete o desenvolvimento da criança”, explica a médica.
Como a doença se desenvolve?
“Ocorre durante a formação do bebê dentro do útero. A maior parte dos casos está relacionada a infecções adquiridas pela mãe, como toxoplasmose e rubéola. Outros possíveis causadores são abuso de álcool e drogas ilícitas na gestação e síndromes genéticas. Essa alteração pode ser identificada pelo exame de ultrassonografia nos primeiros meses de gestação”, disse. No entanto, as causas agora também apontam um novo suspeito, o Zika Vírus.
Cuidados na gravidez
“A gestante deve ter acompanhamento no pré-natal e procurar o médico se tiver sinais e sintomas de infecção como febre e erupção na pele. Deve também evitar o consumo de álcool e drogas. Caso a gestante seja de uma região onde esteja acontecendo casos de Zika Vírus, as formas de prevenção são as mesmas para a dengue, visto que são transmitidos pela picada do mesmo mosquito. É indispensável o uso de repelente; colocar telas nas janelas de casa e evitar água parada”, recomenda a médica.
Sequelas da doença
“Em 90% dos bebês, a microcefalia vem associada a um retardo no desenvolvimento neurológico, psíquico ou motor. O tipo e o nível de gravidade da sequela variam em cada caso. Déficit cognitivo, visual ou auditivo e epilepsia são alguns problemas que podem aparecer nas crianças com microcefalia”.
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