O diabetes já é um grande problema por si só, afinal, são cerca de 420 milhões de pessoas afetadas no mundo. E, só no Brasil, esse número chega a 14 milhões. Porém, a doença ainda pode evoluir para uma série de complicações. “Podendo afetar ambos os sexos de igual forma, o pé diabético ocorre quando uma área machucada ou infeccionada nos pés, como uma bolha, frieira ou até mesmo um calo, evolui para uma ferida maior, que, se não tratada, pode agravar-se e levar a necessidade de amputação”, explica a angiologista Aline Lamaita. Deu para notar como os cuidados com o pé diabético são necessários, não é mesmo?
Mas, por que ocorre?
Segundo a especialista, acontece por que os altos níveis de glicemia no sangue tornam a circulação sanguínea deficiente. Consequentemente, as células de defesa do sistema imunológico diminuem, a cicatrização e a regeneração de tecidos são mais difíceis e os nervos periféricos, responsáveis pela sensibilidade nos pés, sofrem danos.
Dessa forma, o organismo passa a não conseguir curar as feridas que surgem no local. “Os principais sintomas desta condição incluem perda da sensibilidade nos pés, sensação de formigamento frequente, queimação nos pés e tornozelos, dor e sensação de agulhadas, dormência e fraqueza nas pernas”, alerta a médica.
Diagnóstico precoce é fundamental!
Você sabia que a segunda maior causa de amputações no país é o pé diabético, ficando atrás somente dos acidentes? E isso ocorre porque, apesar da presença dos sintomas, a maior parte dos diabéticos só percebe a gravidade do problema quando surge uma ferida ou infecção que não passa. “Por isso, se você possui diabetes, ao notar a presença de qualquer um dos sintomas citados acima, o mais importante é procurar um médico para iniciar o tratamento, que é feito de acordo com o tipo de lesão no pé e a sua gravidade”, destaca a angiologista.
Prevenção
Como diz o ditado: é melhor prevenir do que remediar. E isso é possível através de cuidados e hábitos inseridos na rotina de quem sofre com diabetes. Por exemplo, é fundamental a inspeção diária dos pés à procura de pequenas feridas, bolhas, áreas avermelhadas, alterações nas unhas, calos e mudanças na forma e na coloração dos pés. Segundo a especialista, também é importante utilizar apenas sapatos macios, leves e moldados na forma dos pés e evitar andar descalço ou com sandálias e chinelos.
Texto: Rebecca Crepaldi/Colaboradora | Consultoria: Aline Lamaita, cirurgiã vascular e angiologista, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular
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