Você já deve ter se perguntado como aqueles dedinhos tão pequenos dos seus filhos ou de outras crianças são capazes de ter tanta agilidade com celulares, tablets etc. Ou, então, saber por que usam o aparelho melhor do que outros adultos que você conhece. No entanto, dizer: “nossa, que crianças espertas!” não é suficiente para explicar esse comportamento. Antes de identificar esses pequenos como inteligentes acima da média, é preciso entender outros pontos.
Crianças, inteligência e tecnologia
Mas, então, por que pensamos que as crianças de hoje em dia estão ficando mais inteligentes do que as do passado? De acordo com a psicóloga Ana Paula Cavaggioni, isso decorre do fato dos pequenos “desenvolverem habilidades mais precocemente do que os adultos, seriam incapazes de fazer enquanto eram crianças. Por outro lado, os mesmos adultos em sua infância tinham habilidades que as crianças de hoje são incapazes de realizar”.
Imagine, por exemplo, que algumas das crianças com dez anos, em 2015, não sabem como subir em árvores ou construir um carrinho de mão com facilidade. No entanto, são capazes de solucionar pequenos problemas em smartphones em cinco minutos. Por isso, os adultos são levados a pensar que os pequenos estão mais “inteligentes”, pois são capazes de realizar tarefas que os mais velhos mal conheciam na infância, além de sentirem alguma dificuldade na atualidade.
A psicóloga ainda complementa que apresentar tais habilidades não é sinônimo de pessoas mais inteligentes. “Podemos dizer, didaticamente, que possuímos diversos tipos de inteligências, e é a integração do todo que nos permite fazer uso de nossa inteligência de forma construtiva e produtiva”, acrescenta.
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Texto: Érica Aguiar – Edição: Victor Santos
Consultorias: Ana Paula Magosso Cavaggioni, psicóloga na Clia Psicologia e Educação, em Santo André (SP) e pesquisadora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP) do Departamento de Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade; Cristiane Moraes Pertusi, doutora em psicologia do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP).