Adotar uma criança ou concebê-la de modo “artificial” não é mais algo fora do comum. Porém, ainda existem casos em que elas sofrem devido à sua origem ou os pais não sabem como lidar com a situação e ficam em dúvida se devem contar ou não. Malu conversou com uma especialista para esclarecer qual a melhor forma de agir.
Pais diferentes
• Muitas vezes, o pai se separa da mãe antes mesmo do bebê nascer. Ou não assume sua responsabilidade e desaparece. Como a mulher deve falar disso com seu filho?
• Por mais que a mágoa seja grande, é importante que a mãe busque uma ajuda para si mesma, seja com um profissional ou uma grande amiga.
• Descontar sua decepção no pequeno ou denegrir a imagem do pai não é a melhor saída. “Não faz bem à criança ser o refúgio do sentimento de abandono da mãe. Essa criança não precisa ‘pagar o pato’ desse abandono, pois já sofre por si própria”, alerta a psicanalista Léa Michaan.
• Quando a mulher encontra um novo parceiro que assume esse filho, ele torna-se o verdadeiro pai. Mesmo que a criança já esteja grande, se o homem for presente, acolhedor e envolvido com ela, isso torna-se mais importante que sua participação na gestação.
Contar ou não?
• Contar a verdade sobre a origem da criança é sempre a melhor saída.
• Em caso de adoção, por exemplo, antes dos dois anos de idade ela já deve saber da sua história. Se for fruto de inseminação ou outro processo, conte como foi quando a criança perguntar.
• “Nunca se deve omitir ou mentir sobre as origens de um filho. Isso fará muito mal para o desenvolvimento emocional dele”, explica a especialista.
• Nesses casos, quando a criança descobre a verdade, ela sente-se inferiorizada e pode ter sérios problemas de autoestima.
• Por isso, comece a falar sobre a origem do seu filho desde que ele é um bebê e aparenta não entender. “A mãe deve contar como ele foi concebido e falar de sua importância para a família. Assim, sua história de vida será tão natural para ele quanto a de qualquer outra criança”, aconselha.
• Quando os pais esperam o filho crescer para falar sobre o assunto e ele acaba reagindo com revolta, o melhor é assumir que erraram não contanto antes e explicar que achavam que era o melhor a ser feito, pois o amam acima de tudo.
Mundo exterior
• Não faça diferença entre essa criança e os irmãos que foram gerados de forma tradicional.
• Se seu filho for adotado, apoie-o caso ele decida conhecer os pais biológicos para que não fique fantasiando.
• Na escola, se ele sofrer bullying por ser fruto de inseminação ou adoção, peça aos diretores que conversem com os alunos sobre os temas. Em casa, dê carinho e atenção e, se necessário, busque ajuda profissional para que ele consiga superar essa fase.
Texto: Giovana Sanches | Consultoria: Léa Michaan, psicoterapeuta e psicanalista
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