Em novembro de 2015 ocorreu, em Mariana-MG, um desastre ambiental de proporções enormes. Infelizmente, além de várias mortes, dos graves danos e riscos causados à população local e de outras localidades, o resultado da análise laboratorial de amostras de água coletadas no Rio Doce apontou níveis inaceitáveis de metais pesados (chumbo, mercúrio, alumínio, arsênico, etc.) na lama que escorreu para o rio. Dessa maneira, o especialista em nutrologia e neurologia Rafael Higashi alerta sobre a intoxicação do ambiente com metais pesados e quais consequências nocivas elas podem causar à população. Quer saber mais? Confira os principais perigos e malefícios causados pela contaminação de metais pesados!
Fique atento!
Os sintomas agudos de intoxicação, ou seja, em alta quantidade, estão associados a danos permanentes no sistema nervoso central e periférico, no sistema cardiovascular, no gastrointestinal, reprodutivo, no funcionamento dos rins e também na produção saudável de sangue. O problema exige hospitalização imediata e, se não tratado, pode causar danos irreversíveis à saúde. As intoxicações crônicas, por sua vez, vão se intensificando aos poucos e possuem sintomas mais sutis, que normalmente passam desapercebidos. Essa contaminação, a longo prazo, poderá ser uma das principais causas das doenças de “causas desconhecidas”, como o câncer, nos pacientes atingidos.
Problema conhecido
Rafael ainda ressalta: “Dentre as doenças neurodegenerativas associadas à intoxicação crônica por metais pesados podemos citar a Esclerose Lateral Amiotrófica, conhecida como E.L.A ou doença de Lou Gehring. Essa doença compromete o neurônio motor do nosso organismo, que pouco a pouco vai diminuindo e, com isso, começa a provocar fraqueza gradativa e progressiva no o organismo, como dificuldade para correr, em seguida em andar, escovar os dentes, e então para engolir água e comida. Finalmente, o organismo perde a força para respirar e morre. A média de sobrevida está entre 3 a 5 anos. Geralmente a doença não afeta a cognição, por isso, o doente tem consciência do que esta acontecendo. Em 2014 a ELA foi difundida pela mídia na campanha Ice Bucket Challenge (desafio do balde de gelo), feita para angariar recursos para o estudo da ELA, que ganhou as redes sociais com famosos (Bill Gates e Mark Zuckerberg) aceitando o desafio de tomar um banho de água e gelo e doar recursos para a campanha. A doença não tem cura e não se sabe exatamente qual sua causa, porém estudos recentes apontam uma associação entre o aumento de contaminantes no organismo, como metal pesado mercúrio.”
Cuidado com a alimentação
“Um estudo apresentado este ano, no 69º Encontro Anual da Academia Americana de Neurologia, pesquisou 518 pessoas, das quais 294 tinham ELA e 224 não. Foi demonstrado que entre aqueles que consumiam regularmente frutos do mar e peixe e tinham a doença apresentavam níveis de mercúrio elevados. No total, 61% dos pacientes indicavam alteração na quantidade de mercúrio no organismo, contra 44% dos que não possuíam a doença”, explica o especialista. O consumo de peixes de grande porte pode contribuir com o acúmulo do metal pesado, pois o mercúrio tem alta afinidade com a proteína no final da cadeia alimentar
Texto: Redação Alto Astral | Consultoria: Rafael Higashi, nutrólogo e neurologista
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