As conexões neurais começam ser arquitetadas quando quando a criança ingressa na educação formal. Essa fase da vida é conhecida como primeira infância, momento em que forma-se a personalidade, resultado de uma soma de comportamentos que assistimos e imaginamos – através dos pais e cuidadores e das brincadeiras. Porém, crianças vítimas de estresse podem ter toda essa engenharia prejudicada. “É preciso desacelerar e deixar a criança viver cada fase, não podemos atropelar o
tempo”, destaca o psicanalista Paulo Paiva.
A milhão!
O cérebro infantil, nos primeiros anos de vida, faz cerca de 700 novas conexões neurais (impulsos elétricos entre neurônios) a cada segundo. Toda essa velocidade torna o órgão flexível para acompanhar as mudanças desse período. “Todo o aprendizado infantil forma o que chamamos de inconsciente e o adulto passa a viver com apenas de 2% a 10%o dessas
informações, o restante será regido pela área frontal do nosso cérebro (nosso intelecto)”, indica a especialista em autoconhecimento Heloísa Capelas. A profissional explica que isso significa que uma boa saúde mental será consequência de uma boa infância.
Família saudável, criança feliz!
Em um artigo do Center on the Developing Child (Centro de Desenvolvimento Infantil, em tradução livre) da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, aponta-se que os adultos devem ser um solo firme e confiável para evitar atingir a estrutura dos pequenos. “Para beneficiar a saúde mental dos filhos, é preciso que os pais cuidem, primeiramente, de sua própria saúde mental”, indica Heloísa.
Lembranças da infância
O estresse é importante para nos manter vivos. Porém, quando a criança vive sob estresse, seja por atribuições frequentes, falta de apoio ou abusos, isso se torna tóxico e danifica a estrutura cerebral. E os resultados disso se estendem para a vida adulta, causando problemas de aprendizagem e comportamento.
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Consultoria Paulo Paiva, psicanalista; Heloísa Capelas, especialista em autoconhecimento