Jogos de videogame têm uma influência muito maior sobre seu cérebro do que você pensa. Porém, ao contrário do senso comum, a maioria delas é positiva
por Redação Alto Astral
Publicado em 16/01/2017 às 09:34
Atualizado às 17:03
Simples jogos de videogame podem ativar diferentes áreas do nosso cérebro ao mesmo tempo. Atuando de forma integrada, elas trabalham para que o jogador supere os desafios e chegue até o final. Por outro lado, a mente fica mais afiada e capaz de resolver questões também fora das telas.
Responsável pela tomada de decisões, essa região do cérebro dos gamers é bastante utilizada em jogos que envolvem pensamento lógico, como os quebra-cabeças.
Um estudo publicado pela revista PlosOne mostra uma pesquisa feita em 2014 em que 152 adolescentes foram submetidos à ressonância magnética enquanto jogavam.
FOTO: iStock.com/Getty Images
Os resultados desse experimento mostraram um efeito significativo dos games eletrônicos sobre o crescimento da espessura do córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo (DLPFC). “O DLPFC se relaciona com as chamadas funções executivas, como a memória operacional, flexibilidade cognitiva, planejamento, a inibição comportamental e o raciocínio abstrato. É o núcleo do controle executivo e planejamento estratégico do cérebro, domínios cognitivos fundamentais para o sucesso nos games”, explica Tiago.
O campo visual do lobo frontal esquerdo está envolvido na integração visual e motora, ou seja, na chamada “coordenação mão-olho”. Ela é importante para a elaboração e execução dos movimentos oculares e alocação da atenção visuoespacial.
O sistema límbico apresenta estruturas relacionadas ao circuito de recompensa, o que compõe basicamente a essência de um jogo eletrônico: conquistar um novo item, vencer um chefe de fase, superar um obstáculo até então intransponível, entre outros desafios impostos.
Tais situações ativam diferentes áreas cerebrais que compõe a chamada via mesolímbica, uma das vias dopaminérgicas do cérebro. “Iniciada na área tegmental ventral do mesencéfalo, esta via estabelece conexões com o sistema límbico por meio do núcleo accumbens, a amígdala e o hipocampo, e também com o córtex pré-frontal”, ressalta o mestre em psicobiologia Tiago Eugênio.
Ela ainda é encarregada da modulação das respostas comportamentais aos estímulos que ativam sensações de recompensa por meio da dopamina, neurotransmissor responsável pelo prazer.
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Texto e entrevista: Thiago Koguchi – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Consultoria: Tiago Eugênio, mestre em Psicobiologia pela UFRN, doutorando em Psicologia Evolucionista na UFRN e de Design de Games na School of Art, Game and Animation e professor de Biologia do Colégio Bandeirantes e da pós-graduação em Neuroeducação da rede Capacitar
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