Você já ouviu falar em hipercolesterolemia familiar? É uma doença hereditária, que se caracteriza por níveis elevados do colesterol ruim desde o nascimento. A cada 200 pessoas, uma tem a doença. Só no Brasil, mais de 60% da população têm o problema e a grande maioria nem sabe disso.
Com a intenção de alertar a população sobre esses dados, a AHF (Associação da Hipercolesterolemia Familiar), com o apoio do laboratório Torrent do Brasil, fez um tira-dúvidas em São Paulo. Conversamos com a cardiologista Maria Cristina de Oliveira Izar para saber mais sobre o assunto.
Sintomas
A cardiologista explica que a elevação do colesterol não apresenta sintomas, porém suas complicações, que são relacionadas ao comprometimento do aparelho cardiovascular, podem ser sintomáticas. “Existem sintomas relacionados à presença de depósitos de colesterol em tendões, que podem se assemelhar a uma tendinite (inflamação do tendão)”, afirma.
Diagnóstico
O diagnóstico da HF (Hipercolesterolemia Familiar) baseia-se nos níveis elevados do colesterol LDL (ruim), na história pessoal de doença das artérias do coração em caráter precoce, nos níveis altos de colesterol em familiares e na presença de sinais clínicos de depósitos de colesterol em alguns tecidos do corpo.
“O teste genético é útil, mas não imprescindível para o diagnóstico”, informa a médica. Os parentes de primeiro grau têm uma chance de também apresentar a doença em 50% dos casos.
“É muito importante realizar o diagnóstico de hipercolesterolemia familiar e rastrear familiares que podem estar acometidos e serem beneficiados do tratamento precoce, pois pode-se mudar a história natural das complicações do colesterol elevado de caráter genético quando o tratamento efetivo é iniciado cedo”, alerta a cardiologista.”
Doença fatal
Se não for tratada adequadamente, a hipercolesterolemia familiar pode ocasionar infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, lesões nas válvulas cardíacas e morte prematura. “Um estilo de vida saudável e medicamentos redutores de colesterol precisam ser mantidos por toda a vida”, alerta Maria Cristina.
Cuidados com as crianças
Se possuírem histórico familiar de fatores de risco de doença cardiovascular, as crianças devem fazer exames de colesterol LDL e HDL e triglicerídeos a partir dos 10 anos de idade. “No entanto, se houver história de fatores de risco na criança ou familiares, sinais clínicos de alterações lipídicas, ou história de doença cardiovascular precoce, a criança deve ter seu perfil lipídico examinado a partir dos 2 anos de idade”, explica a doutora. O tratamento deve incluir mudanças de estilo de vida e, se necessário, o tratamento com medicamentos.
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Histórico em casa
André Luís Batista Pereira fundou a Associação da Hipercolesterolemia Familiar em função do que passou. Com 28 anos, teve seu primeiro infarto com 409 mg de LDL, se submeteu a uma cirurgia de revascularização e meses depois foi diagnosticado com HF.
Na época, foi feito um rastreamento genético na família e verificou-se que suas irmãs, uma com 16 anos e outra com 26, na época, tinham a mesma doença, herdada do pai, que morreu aos 48 anos após um infarto fulminante e com altos níveis de colesterol.
Algum tempo após a cirurgia, Pereira sofreu o segundo infarto, aos 38 anos. “Tive de me reeducar, voltar às atividades físicas adequadas, alimentação mais saudável e à medicação diária”. Foi quando surgiu a ideia da associação. Mais informações: www.ahfcolesterol.com.br
Texto: Carolina Brito
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