As cirurgias cardíacas podem ser a saída para resolver de vez os problemas que envolvem o coração. Realizadas para reparar os danos causados ao órgão (por infarto, doenças genéticas, entre outras), as operações podem ser feitas em qualquer idade. No entanto, oferecem riscos diferentes (maiores ou menores) para cada faixa etária. “Existem diversos tipos de cirurgias do coração. Todas elas são realizadas a partir de alguma deformidade do órgão que não possa ser tratada somente com medicamentos”, explica o cardiologista Luis Augusto Dallan.
Ponte de safena
A cirurgia de revascularização miocárdica, popularmente conhecida como ponte de safena, consiste na busca de um novo caminho para circulação do sangue. O objetivo é evitar que o coração fique sem oxigenação. Ela geralmente é realizada para resolver problemas causados por doença na artéria coronária, que está parcial ou totalmente bloqueada. “As cirurgias mais comuns nos adultos são as revascularizações miocárdicas. Elas consistem na confecção de pontes de safena e no implante das artérias mamárias diretamente nas artérias do coração. Isso promove o restabelecimento da circulação no coração e melhora na contração do coração”, salienta Dallan.
Angioplastia
Esse procedimento tem como objetivo desobstruir a passagem da artéria coronária. Entretanto, é uma cirurgia bem mais simples que a ponte de safena. Para sua realização, é feita a passagem de um cateter até o local obstruído. Esse cateter conta com um balão na ponta que é inflado na artéria, eliminando a gordura e desbloqueando a passagem para o fluxo sanguíneo. O método é eficaz, porém, não é definitivo. Os pacientes podem ter que passar pelo procedimento novamente. Geralmente a angioplastia é realizada quando a obstrução é pequena. Se no período pós-operatório surgirem sintomas como febre, dores, falta de ar ou dores nas pernas e braços surgirem, o médico deverá ser avisado.
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Marca-passo
O pequeno e leve dispositivo é inserido no paciente para regular a atividade cardíaca, que pode estar alterada por doenças ou até mesmo pelo processo natural de envelhecimento. Ele é composto por um minicircuito eletrônico e uma bateria compacta. O marca-passo funciona da seguinte maneira: ele percebe a atividade cardíaca e, quando não há uma pulsação natural, é liberado um impulso elétrico que leva à contração do músculo cardíaco. O dispositivo é ligado ao coração por meio de eletrodos — fios que fazem a comunicação entre o gerador e o coração. Por meio desse fio, os sinais elétricos são enviados para o coração.
Existem dois tipos de cirurgia para inserção do dispositivo: a endocárdica (essa é a mais comum), que consiste na introdução dos eletrodos do marca-passo por meio de veias que chegam até o coração; e a epicárdica, na qual uma cirurgia cardíaca é realizada (neste caso, utiliza-se a anestesia geral) e os eletrodos são implantados diretamente no músculo cardíaco. O marca-passo fica numa bolsa criada abaixo da pele do abdômen. Após a alta da cirurgia é necessário voltar ao médico (após um período que será determinado por ele) para avaliar o sucesso do procedimento.
Texto: Juliana Mesquita/Colaboradora Edição de texto: Bárbara Gatti/Colaboradora Consultoria: Luis Augusto Dallan, cardiologista