O sucesso no tratamento do câncer infantil começa na sala do pediatra – ou no consultório do médico socorrista. Detectar precocemente esse tipo de doença é fundamental em qualquer idade, mas com as crianças, isso eleva a taxa de cura para até 90%. Ficar atento a possíveis sintomas é o primeiro passo para não perder tempo na luta contra esse mal. “Todo câncer diagnosticado em fase inicial, isso é, quando não há metástase, a massa tumoral está pequena e é ressecável, tem menos complicações cirúrgicas e o tratamento quimioterápico é mais curto, com chances maiores de cura e menos sequelas”, esclarece a médica oncologista pediátrica Ana Cristina Xavier Neves.
Mas, como os pais e os médicos de base podem ter essa visão além do alcance? Muitas vezes, o tumor cresce de forma assintomática e só se manifesta quando já está em estado avançado. A oncopediatra Priscila Sayuri Taniguti Tsutsumi destaca que é necessário ficar atento a todos os sintomas que não desaparecem dentro do prazo esperado. “Uma febre prolongada, de sete dias, por exemplo, ou casos de vômitos acompanhados de sintomas neurológicos (dor de cabeça que não melhora com a medicação, por mais de 5 ou 7 dias), são sintomas para desconfiar. Ou seja, tudo o que não está melhorando dentro do prazo normal, de três a quatro dias, necessita de um acompanhamento mais rigoroso”, informa.
O papel dos pais no câncer infantil
Onde começa o diagnóstico de qualquer doença? Dentro de casa, sob o foco dos atentos pais ou cuidadores. “O que a gente sempre fala é que, na verdade, os pais são os nossos olhos. Eles conhecem o filho melhor do que qualquer pessoa nesse mundo. É importante esses olhos atentos a qualquer mudança daquele padrão habitual e que muitas vezes eles já conhecem”, alerta Priscila. É vital insistir na busca de um diagnóstico confiável. Se os pais não estiverem satisfeitos com os laudos iniciais, devem buscar uma segunda opinião.
Faz a diferença!
Diferentemente do câncer em adulto, a doença em criança não pode ser prevenida. Ainda não existem confirmações de que fatores externos contribuam para o desenvolvimento do câncer infantil, apesar das especulações acerca do consumo de agrotóxico ou poluição exagerada. “Infelizmente, na pediatria, a única prevenção que podemos fazer é realizar o pré-natal corretamente e incentivar a puericultura. Seguir sempre com mesmo pediatra ajuda a aproximar médico e paciente e traça um histórico da criança”, ressalta Ana Cristina.
A diferença entre o diagnóstico precoce e o tardio refere-se ao estadiamento da doença, ou seja, à classificação de seu estágio de desenvolvimento. No início, é mais fácil de tratar pelo fato do tumor estar localizado e não ter afetado outros órgãos. Isso ajuda na cirurgia (se for o caso) e diminui o tempo de tratamento, que é uma fase que exige muitos cuidados também.
Consultoria Ana Cristina Xavier Neves, médica oncologista pediátrica; Priscila Sayuri Taniguti Tsutsumi, oncopediatra
LEIA TAMBÉM:
- Café protege o coração e ajuda a afastar tumores
- Mioma uterino: o que é, como tratar e sintomas
- Frutas roxas fortalecem a imunidade e previnem câncer