O bullying é sintomático. Falta de vontade de ir às aulas, baixo rendimento nas atividades, ansiedade e insegurança, explicações estranhas para falta de material escolar e machucados, podem ser sinais de que seu filho ou filha está sendo vítima da perseguição dos colegas! O bullying na escola é muito comum e vai além de ações físicas violentas, apelidos, ameaças e gestos: qualquer manifestação que gere mal-estar à vítima pode ser definida como essa prática.
De acordo com uma pesquisa feita pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), o Brasil ocupa a quarta posição entre os países com maior prática de bullying no mundo. Entre os estudantes de 11 a 12 anos, aproximadamente 43% afirmaram já ter passado, pelo menos uma vez, por uma situação hostil no último mês.
Bullying na escola
O ambiente escolar é um lugar muito comum para que essas práticas ocorram: segundo a pesquisa TIC Educação 2017, cerca de 40% dos professores já ajudaram alunos com problemas relacionados a bullying, assédio, discriminação e compartilhamento de imagens sem consentimento da vítima.
Mas esse número continua ainda muito grande, já que muitas vezes as crianças e adolescentes não denunciam a prática para os pais ou instituições por conta de vergonha, falta de confiança e até medo. A psicóloga Katyanne Segalla comenta que quem sofre agressão tende a ficar mais introspectivo e evita de ir à escola, além de apresentar notas baixas.
Katyanne também comenta sobre a criança que pratica o bullying com as outras: “Já quem pratica pode manifestar problemas com regras, histórico de pequenos furtos brigas e possivelmente, uma família desestruturada”, explica a especialista.
Como os pais devem orientar seus filhos que sofrem bullying na escola?
De acordo com a psicóloga Maria Tereza Maldono, autora do livro “Bullying e cyberbullying – O que fazemos com o que fazem conosco?”, é preciso que os pais esclareçam a diferença entre brincadeiras e agressão, liberdade de expressão e mensagens de ódio, junto com posturas preconceituosas: “É importante também colocar limites e consequências, tais como reparação de danos”, explica.
E qual o papel da escola nesses casos?
A escola tem a responsabilidade de manter seu ambiente livre de bullying, isso está inclusive na lei. É claro que não podemos esperar que estejam cientes de tudo o que acontece, mas precisam ter uma postura de abertura para receberem relatos e, assim, poderem cumprir completamente esse papel. Entretanto, o papel nobre da escola nesse assunto é implementar programas de Educação Emocional para erradicar o bullying e prover ambiente saudável, numa proposta de educação integral do aluno.
As instituições escolares devem optar pela prevenção do ato, com palestras, projetos especiais, discussões sobre o assunto em sala de aula. Além disso, é importante que se mantenha um diálogo aberto com os alunos e as famílias, sem que haja naturalização de comportamentos agressivos ou queixas.
Saiba mais sobre bullying com informações e dicas da pedagoga Maria Irene Maluf:
Consultoria: Maria Irene Maluf, pedagoga e especialista em educação especial. E-mail: [email protected] | Maria Tereza Maldono, psicóloga | Katyanne Segalla, psicóloga, especialista em temas sobre comportamento, relacionamento e saúde emocional | Redação: Texto de Aline Mendes//Edição: Luis Felipe Silva
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