As intervenções utilizando música podem ser realizadas em diversos locais, em grupos ou individuais. “Em musicoterapia, existem muitos trabalhos nas mais diversas áreas (oncológica, pediátrica, pós-cirúrgica, traumas, entre outras). Em clínicas, podem ser atendidas pessoas com as doenças de Alzheimer e Parkinson, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Síndrome de Down, Transtorno do Espectro Autista e depressão”, exemplifica o musicoterapeuta David Maldonado.
O doutor em fisiologia geral Felipe Viegas exalta esse potencial de atingir diversas capacidades, já que a música “ativa circuitos neurais por praticamente todo o nosso cérebro, funcionando como um poderoso estimulador da função cerebral”. Para participar desses tratamentos, não existe restrição de idade; eles podem ser aplicados em crianças até idosos.
O paciente não precisa saber tocar um instrumento ou ter conhecimento musical; basta estar aberto para o processo, que irá conduzi-lo a encontrar a própria musicalidade. Além da saúde, a musicoterapia pode ser utilizada em contextos escolares, governamentais, em empresas, assistência social e muitos outros.
Segundo Felipe, se houver o uso da maneira adequada, as melodias serão extremamente importantes nos tratamentos. “Associada a técnicas terapêuticas corretas, a música pode ser um dos melhores aliados já encontrados”, conclui.
O importante é ouvir música
Quando o assunto é música, sempre se cai na questão de qualidade e de gosto. Para o neurologista Mauro Muszkat, é necessário repensar esta atitude. “Tudo isso é uma questão de gradação. Precisamos sair dessa questão de que ouvir é um prazer ou um desprazer. Isso é uma questão cultural de hábito, de se colocar diante da música com uma postura mais aberta, de vê-la como uma linguagem mais ampla”, afirma.
Para que a música realmente traga o máximo de benefícios, é essencial que a pessoa tenha acesso a ela e crie o maior repertório possível, a fim de que ela se torne uma experiência para a vida. “A experiência musical como um todo envolve uma linguagem, que envolve um vocabulário”, aconselha o neurologista.
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Texto e entrevistas: Thiago Koguchi – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Consultorias: David Martins de Almeida Maldonado, musicoterapeuta da clínica Musiclin, em São Carlos (SP), e especialista em neuropediatria; Felipe Viegas Rodrigues, doutor em fisiologia geral pela Universidade de São Paulo; Mauro Muszkat, neurologista