Parece que tudo é um sonho quando chega a notícia de uma gravidez. No entanto, muita coisa pode mudar na vida de seu filho se ele vier a nascer antes das 37 semanas de gestação. A boa notícia é que se isso acontecer, a medicina vai poder ajudar com seus avanços tecnológicos no atendimento aos bebês prematuros. O médico neonatologista Joaquim Eugênio Cabral, que acompanha de perto a chegada desses bebês, explica as novidades.
Esperança nas estatísticas
➠De acordo com dados do Hospital das Clínicas de São Paulo, até 1991, as gestações com menos de 27 semanas não tinham perspectiva de vida para o bebê.
➠Segundo as estatísticas atuais, o limite mínimo para salvar bebês prematuros com peso baixo é 23 semanas de gestação.
➠“Nos anos 80, somente 20% dos bebês com menos de 1.500g sobreviviam. Atualmente, a sobrevida nos centros desenvolvidos é de 80% ou mais”, comemora o especialista.
➠Para alcançar esse avanço, foi necessário um preparo dos profissionais, equipamentos especializados e disponíveis para atender esses pacientes.
➠Em pouco mais de 20 anos, três situações marcantes foram responsáveis para tal avanço na sobrevida de recém-nascidos prematuros:
1) Surfactante exógeno: a descoberta e a disponibilidade do uso desse medicamento ajudou muito no salvamento dos bebês. A droga, administrada precocemente, acelera a maturidade pulmonar dos prematuros.
2) Corticoide: é usado nas mães horas antes do nascimento dos prematuros e ajuda a desenvolver a maturidade pulmonar.
3) Aparelhos modernos:
• ventiladores: funcionam como respiradores artificiais, que fazem suporte aos pulmões;
• monitores multi-parâmetros: permitem a monitorização contínua das funções vitais do bebê;
• incubadoras de última geração: oferecem umidade, temperatura e oxigenação adequadas aos prematuros.semanas não tinham perspectiva de vida para o bebê.
Prevenção
➠Um teste importante que indica o risco para a prematuridade do bebê é o da dosagem da fibronectina fetal.
➠“O material é colhido pelo próprio obstetra entre 24 e 34 semanas. Se o resultado for negativo, a chance de ocorrer um parto prematuro é muito baixa. Um resultado positivo, entretanto, não garante que haverá uma prematuridade”, explica Cabral.
Propensão
➠Existem condições que colocam algumas mulheres a terem maior predisposição a partos prematuros, por exemplo, doenças como hipertensão e diabetes, algumas infecções, a gravidez de gêmeos, mulheres com antecedentes de perdas espontâneas, abortamento e prematuridade prévia de outro filho. No entanto, o controle pré-natal destas situações poderia evitar o risco da prematuridade.
Cuidados básicos com os bebês prematuros
➠A presença da mãe durante toda a internação do bebê prematuro, no hospital, é essencial para uma recuperação mais eficaz do filho.
➠Ela fornece o alimento ideal para o bebê, que é o leite materno, e a presença física, que é importante para qualquer fase.
➠“O contato pele com pele ou o método canguru trazem grandes benefícios na evolução neurológica da criança”, aconselha o neonatologista.
➠Após a alta do recém-nascido, deve haver um acompanhamento multidisciplinar para a boa recuperação de sua saúde, com vários profissionais como pediatra, neurologista, oftalmologista, fisioterapeuta e fonoaudiólogo.
Incidência nos partos
➠ 11% dos nascimentos são partos prematuros, que acontecem antes de 37 semanas de gestação, considerada ideal.
➠ 1.500g é o peso dos bebês chamados de prematuros extremos.
➠ 2% a 3% do total de recém-nascidos é de prematuros.
➠ 97% é o índice de sobrevida da população total de prematuros, uma recompensa dos avanços da neonatologia.
➠ 80% dos prematuros de casos extremos sobrevivem graças aos avanços da medicina.
Texto: Redação Alto Astral | Consultoria: Joaquim Eugênio Cabral, médico neonatologista do Hospital e Maternidade São Luiz, de São Paulo
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