Ele sempre foi o queridinho de atletas em geral, mas poucos sabem que pesquisas recentes têm jogado um banho de água fria na lista de supostos benefícios da prática de banhos ou compressas com gelo antes e após a corrida. Que o resfriamento muscular é bom para reduzir inflamações, isso é fato, mas há controvérsias sobre os reais efeitos na performance.
Se por um lado a terapia com água congelada ajuda a recuperar o corpo para treinar pesado no dia seguinte, uma corrente cada vez mais forte prega que, ao reduzir as inflamações, mina-se também a capacidade de adaptação do organismo a longo prazo. Ou seja, como parte da melhora no desempenho passa por superar exatamente as inflamações, você não deveria facilitar demais esse processo. Afinal, é a inflamação que sinaliza ao seu corpo de que é preciso se adaptar e ficar mais forte. A seguir, tire algumas dúvidas sobre os banhos de gelo.
Gelo após os treinos ajuda na recuperação
Verdade. Se as evidências sobre os efeitos a longo prazo ainda balançam, a recuperação pontual é, definitivamente, benéfica para o desempenho. O exercício longo ou muito intenso provoca danos no músculo e gera um processo inflamatório que pode ser controlado com essa atitude. Assim, aposte na massagem nas pernas com gelo para acelerar a recuperação em dias especiais.
SAIBA MAIS:
Quais são os cuidados durante e após uma corrida?
Conheça exercícios para fortalecer o joelho e evitar lesões
5 aplicativos para monitorar seus exercícios físicos
Quanto mais gelo, melhor
Mito. É essencial respeitar o tempo do corpo. A necessidade de gelo depende da fase de treinamento, sendo mais crucial para aqueles dias realmente pesados. Em outras palavras, não é má ideia deixar seu corpo lidar com níveis normais de dor por conta própria. Assim, não é recomendado banhos de gelo todos os dias, exceto em períodos de prova em que se precise competir dias seguidos.
Se tiver dor após o treino, devo colocar gelo
Verdade. O gelo tem um poderoso efeito analgésico e anti-inflamatório. “O ideal é realizar a aplicação por 15 a 20 minutos, de duas em duas horas”, orienta a fisioterapeuta Fernanda Rizzo. Gelo em excesso pode causar queimaduras e danos nos tecidos, portanto, lembre-se da regra anterior – “quanto mais, melhor” não é uma verdade. A temperatura deve estar a 15ºC.
Texto Marina Gomes/Colaboradora
Consultoria Fernanda Rizzo, fisioterapeuta