Quando você sente dor de cabeça ou algum desconforto estomacal é comum que tome remédio por conta própria? Apesar de ser uma atitude frequente entre as pessoas, a automedicação pode ser extremamente prejudicial à saúde, causando problemas como reações alérgicas e dependência. E as complicações não param por aí: de acordo com o Ministério da Saúde, no caso dos antibióticos, o hábito pode aumentar a resistência de microrganismos e inibir a eficácia dos remédios.
Para saber qual o melhor medicamento tomar em determinado caso é essencial ter uma formação que permita entender os efeitos e indicações de cada remédio, por isso a necessidade de se consultar um médico diante de quaisquer sintomas – em vez de se automedicar.
Os campeões no quesito automedicação
Você tem ideia de quais são os medicamentos mais comuns no uso sem prescrição? Acertou quem respondeu que são analgésicos, anti-inflamatórios e antialérgicos.
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“Os pacientes tendem a tomar remédios por conta própria em caso de infecções, dores de garganta, rinites alérgicas, entre outros problemas. Porém, todo medicamento possui efeitos colaterais. Os anti-inflamatórios, por exemplo, podem causar azia e outros tipos de alteração no estômago. Já os antialérgicos podem resultar em quadros de sonolência excessiva”, alerta o membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial (ABORL-CCF) e professor da Universidade Federal do Espírito Santo, Henrique Ramos.
Além disso, os vasoconstritores nasais também aparecem entre os campeões da automedicação. “O uso crônico desses produtos pode causar arritmia e cardiopatias. A utilização desses remédios pode resultar em uma intolerância, bem como na necessidade de se aumentar sempre a dose. Esse tipo de medicamento também causa dependência”, destaca Henrique.
Embora tenha sido notada uma redução dessa conduta de automedicação depois da proibição da venda de antibióticos sem prescrição médica, ainda assim o problema persiste. “Infelizmente, essa proibição não mudou a postura de muitos pacientes, que vêm ao consultório buscando a receita e não o diagnóstico”, lamenta Ali Mahmoud, médico otorrinolaringologista do hospital das clínicas da FMUSP.
Consultoria Ali Mahmoud, médico otorrinolaringologista do hospital das clínicas da FMUSP; Henrique Ramos, membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial (ABORL-CCF) e professor da Universidade Federal do Espírito Santo