O óleo de coco é um dos queridinhos de muitos profissionais de beleza, da saúde e até consumidores no geral. Conhecido por ser um óleo vegetal que supostamente previne diversas doenças e até ajuda a emagrecer, esses rumores sobre o óleo ganharam grandes proporções e começaram a ser questionadas por Sociedades Médicas Brasileiras.
Uma reportagem da Folha de S. Paulo revelou que o óleo de coco não traz benefícios para a saúde, e pelo contrário, pode acabar fazendo mal. A Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) se posicionou afirmando que esse óleo tem sido divulgado como uma alternativa para tratar problemas de saúde, mas que na verdade, pode acabar piorando. “Recente revisão mostrou que ele aumenta o colesterol total (particularmente o LDL-colesterol) o que contribui para um maior risco cardiovascular”. Além disso, a Abran também divulgou que existem poucos estudos clínicos capazes de garantir que o óleo oferece benefícios à saúde, inclusive no que diz respeito ao emagrecimento. “No geral, não existem evidências suficientes para concluir que o consumo de óleo de coco leva à redução de adiposidade”, afirmaram.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) também se posicionaram em uma nota oficial obre o uso de óleo de coco para emagrecimento.
“Considerando que muitos nutricionistas e médicos estão prescrevendo óleo de coco para pacientes que querem emagrecer, alegando sua eficácia para tal propósito; considerando que não há qualquer evidência nem mecanismo fisiológico de que o óleo de coco leve à perda de peso; considerando que o uso do óleo de coco pode ser deletério para os pacientes devido à sua elevada concentração de ácidos graxos saturados, como ácido láurico e mirístico; A SBEM e a ABESO posicionam-se frontalmente contra a utilização terapêutica do óleo de coco com a finalidade de emagrecimento, considerando tal conduta não ter evidências científicas de eficácia e apresentar potenciais riscos para a saúde”, anunciaram o Dr. Alexandre Hohl, Presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, e a Dra. Cintia Cercato, Presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica.
Além desses usos mais difundidos sobre o óleo de coco, as Associações também anunciaram que o produto não possui nenhum tipo de ação anti-bacteriana, uma vez que os testes para esse fim não são conclusivos. Na reportagem da Folha, os especialistas afirmam que o mais indicado é não incentivar o uso do óleo, por segurança, mas que ainda assim, o produto não possui propriedades terapêuticas. “As verdades científicas são transitórias. Esse posicionamento da Abran pode ser mudado. Mas, por ora, é isso o que se sabe sobre o óleo de coco”, afirmou Ana Lúcia dos Anjos Ferreira, pesquisadora da faculdade de medicina da Unesp de Botucatu e médica nutróloga da Abran, em entrevista para o jornal.
Polêmica
O posicionamento das Associações, no entanto, gerou polêmicas entre consumidores e outros setores da medicina. A nutricionista Marina Rosalem defendeu que o produto pode ser eficaz na saúde. “É rico em triglicérides de cadeia média (TCM), que não necessitam de enzimas para sua digestão e metabolismo, favorecendo o rápido esvaziamento do estômago e absorção pelo sistema intestinal, auxiliando também nas dietas”, explicou. A nutricionista Lilian Speziali também recomendou o uso especialmente em tratamentos de beleza, para tratar cabelos e pele, já que o produto contém antioxidantes.
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