Quem consegue ficar imune à tecnologia durante um dia inteiro? Desde a hora que acordamos, já ficamos conectados – muitos, nem na hora de dormir, conseguem se desligar. Nicholas Carr, escritor americano, percebeu que, toda vez que tentava ler um livro (algo que sempre gostou muito), os seus olhos pulavam e mudavam de direção. Terminar uma única página de algum texto, sem nem dar aquela checada nas redes sociais ou no e-mail, estava ficando impossível.
E é sobre isso que Carr fala em A Geração Superficial – O que a internet está fazendo com nossos cérebros. Na publicação, o autor comenta que as mídias sociais está mudando a forma com que pensamos, e toda essa tecnologia em que estamos imersos hoje estão alterando o nosso cérebro. Mas, será que isso realmente está acontecendo?
Mais benefícios do que prejuízos!
Apesar do que muitos falam, a tecnologia trouxe mais vantagens do que desvantagens ao cérebro, já que ela possibilitou um avanço em determinadas áreas, onde sem a tecnologia tudo ainda seria uma grande escuridão. “Diariamente, temos uma novidade no avanço da humanidade graças à tecnologia. O cérebro e a mente acompanham isso. É inegável o avanço no pensamento e no conhecimento humano após determinadas conquistas tecnológicas terem se consolidado”, afirma Yokko.
E engana-se quem pensa que as crianças já nascem com interesse em tecnologia. O que acontece, na verdade, é que elas apresentam interesses de aprendizado e de vivência que são abertos, não focalizados. Todos sabem que o mundo tecnológico é muito atraente e sedutor. Dessa forma, as crianças rapidamente aprendem a dominar as ações do tipo “se eu fizer isso, acontece aquilo. E eu quero aquilo ou eu não quero aquilo”.
“Nada é diferente no cérebro das crianças. Elas são da espécie humana. Só vão se adaptando aos estímulos externos compatíveis com seu mundo, que naturalmente é diferente do que foi o meu mundo na minha época de infância, como também foi diferente na época da infância dos nossos pais”, explica Edson.
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Consultoria: Edson Issamu Yokoo, neurologista da Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo (SP).
Texto e entrevista: Amanda Araújo/Colaboradora – Edição: Augusto Biason/Colaborador