Num dia, você é tudo para ele. No outro, nada é mais importante que os amigos, a escola e tudo o que envolve o mundo lá fora. Chega um momento em que você vai ver seus filhos crescerem, pois eles precisam avançar em suas relações sociais para ampliarem suas vivências e realmente desbravarem a realidade da vida, tornando-se pessoas maduras e autônomas. Mas mãe é mãe e não dá para segurar o aperto no peito nesse momento. Descubra o melhor a fazer com a ajuda da psicóloga Marta Bitetti, coordenadora pedagógica da Escola de Educação Infantil Ápice, de São Paulo.
Ver os filhos crescerem e viajarem sozinhos
•A situação: muitas escolas fazem excursões que levam as crianças para passear durante o fim de semana. Apesar de eles estarem sendo vigiados, as mães ficam preocupadas de que os filhos possam precisar delas em algum momento.
•A solução: para a especialista, esse tipo de experiência traz a oportunidade de a criança conviver com um grupo diferente do da família, vivenciar situações novas, ter responsabilidades com seu corpo e seus pertences e obedecer regras. “Se o seu filho tem idade e maturidade para ‘conseguir’ ficar longe de casa por um período, não há problemas em deixá-lo ir, até para que possa decidir se vai ou não em uma próxima ocasião”, avalia Marta, complementando que esse é o momento de confiar no procedimento da escola e dar crédito ao filho.
Dormir na casa dos amigos
•A situação: eles querem prolongar o tempo das brincadeiras e dividir uma certa intimidade com os colegas mais próximos. Por isso, ficam loucos para passar a noite na casa da família deles.
•A solução: vale avaliar se seu filho está pronto para essa vivência. “A questão da idade e da maturidade é sempre importante”, ensina a psicóloga. Se você ainda estiver insegura, ela sugere que experimente o contrário primeiro: permitir que um amiguinho pernoite em sua casa, o que dará segurança para a criança quando chegar a sua vez. “As orientações da mãe devem girar em torno do bom comportamento, da obediência às regras da casa e da responsabilidade sobre seus pertences”, explica.
Passar as férias na casa dos avós
•A situação: você precisa trabalhar enquanto eles estão de férias. Os avós, por sua vez, têm tempo de sobra e querem aproveitá-lo ao lado dos netos. Parece simples, mas a mãe chora todas as noites de muita saudade.
•A solução: a partir do momento em que você acredita que seu filho já consegue ficar bem longe de casa por alguns dias, não há com que se preocupar. Oriente-o para que se comporte bem e instrua seus pais ou sogros sobre os horários e regras da criança. E, claro, tente aproveitar um pouco a liberdade.
Trancar a porta do quarto
•A situação: quando são pequenos, eles adoram dormir na cama dos pais e estar sempre perto deles. De repente, começam a exigir privacidade e vão se isolando da família.
•A solução: depende da idade. Na adolescência, o espaço privado é muito importante para preservar a intimidade. Mas a liberdade deve ser vigiada e bem orientada. “A mãe deve ter conhecimento sobre as atividades do filho e acompanhar seu desenvolvimento e desempenho para poder orientá-lo melhor, se houver necessidade, ou elogiá-lo (não esquecer) se estiver adequado”, explica a especialista. Se a criança for mais nova, não se deve permitir que tranque a porta, sempre esclarecendo o porquê ou fazendo-a refletir sobre os motivos, para que a questão não pareça simplesmente uma imposição da mãe.
Sair para a balada
•A situação: seguindo a onda dos amigos, as crianças de 11 anos já querem ter dinheiro e liberdade para circular sozinhas pelo shopping ou ir a danceterias.
•A solução: Marta lembra que as baladas noturnas não permitem a entrada de menores de 18 anos e, portanto, não tem discussão. “Existem as chamadas matinês para essa faixa etária e, aí, o critério de deixar ou não vai depender muito de como a família lida com estas situações”, afirma. Mas a especialista dá uma dica: “se a mãe achar que o fi lho pode ir, deve impor algumas regras que achar conveniente e fazer orientações quanto ao comportamento que se espera dele”.
Consultoria: Marta Bitetti, psicóloga e coordenadora pedagógica da Escola de Educação Infantil Ápice, de São Paulo, (11) 3721-7690
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