Ao longo dos anos, a ciência passou por transformações e os tratamentos para doenças que comprometem o bom funcionamento cerebral, como Alzheimer, Parkinson e AVC, também evoluíram. Dessa forma, as novidades para tratar tais problemas são o melhor entendimento das várias formas de demência que existem, um diagnóstico mais adequado e a maior conscientização da população em relação a elas.
“Os tratamentos envolvem equipes multidisciplinares e, para serem efetivos, a demência ou o seu grau precisa ser quantificado. Neste aspecto, a impressão clínica associada à avaliação neuropsicológica é fundamental para o encaminhamento da melhor terapêutica” afirma o neurocirurgião Eduardo Barreto.
Os pacientes são submetidos a testes que vão determinar as áreas do cérebro que não estão funcionando adequadamente, orientando o profissional médico a determinar se a fisioterapia, a fonoaudiologia ou até mesmo a nutrição podem ter um papel importante no tratamento. “O diagnóstico adequado evita que tratamentos desnecessários sejam realizados. Já o tratamento medicamentoso e com base na prevenção evita os fatores de risco conhecidos e também são extremamente importantes para que os pacientes obtenham melhora de sua qualidade de vida”, comenta o neurocirurgião.
A cirurgia como tratamento
De acordo com Eduardo, o procedimento cirúrgico pode ser uma opção para o bom funcionamento cerebral, com destaque para as técnicas de neuromodulação, que promovem a estimulação. A técnica é recomendada para pacientes específicos, em especial, aqueles com distúrbios do movimento e alguns tipos de depressão.
Alzheimer
Para pacientes com esse tipo de doença, esse recurso deve ser criteriosamente analisado, mas também parece oferecer boas perspectivas. Estudos recentes indicam que a estimulação cerebral, por meio do implante de pequenos dispositivos chamados neuromoduladores, que estabelecem alguma ordem na comunicação dos neurônios, pode repovoar o hipocampo, que é o centro da memória, principal região afetada pela doença.
AVC
A prevenção é feita através do controle dos fatores de risco como obesidade, hipertensão, diabetes e falta de hábitos de vida saudável. “Vale salientar ainda que a doença tem um componente genético, de modo que as más formações cerebrais devem ser lembradas. Se algum parente, por exemplo, tiver um histórico de aneurisma cerebral, toda a família deve ser investigada. O distúrbio da fala, dormência em um lado do corpo ou mesmo uma alteração visual, todos estes podem ser sinais do início de um acidente vascular cerebral”, explica o neurocirurgião.
Outras pessoas com mais chances de sofrer o problema são aquelas com doenças cardiovasculares, que não possuem hábitos nada saudáveis como o tabagismo e o sedentarismo. Dessa forma, após o procedimento cirúrgico, as conexões cerebrais passam a funcionar melhor, apesar da perda neuronal (das células do cérebro). Os tratamentos e mesmo os jogos lúdicos e de estimulação fazem com que essas novas conexões se estabeleçam e que as antigas funcionem melhor.
O que você sabe!
Atualmente, houve um crescimento no número de jovens acometidos por quadros de AVC. A explicação para isso pode ser o abuso na ingestão de energéticos, a utilização de pílulas anticoncepcionais, o tabagismo e o uso de drogas anabolizantes, que provocam a hipertensão, por exemplo. “E ainda com relação à doença, deve-se destacar o foco das investigações nas mulheres, porque muitos dos riscos de AVC estão associados à gravidez, à contracepção e à obesidade, situações e fatores observados mais frequentemente entre as mulheres em idade fértil”, afirma Eduardo.
Por isso, recomenda-se que elas façam consultas regulares ao ginecologista, tenham uma dieta balanceada, com menos sal e gordura. Também devem praticar exercícios regularmente e controlar a pressão arterial – não só na gestação, também quando estiverem fazendo uso de pílulas anticoncepcionais.
Quanto ao Parkinson, sabe-se que os fatores de risco são genéticos e nutricionais, além de doenças como hipertensão arterial, diabetes e anemias que levam à falta de nutrientes adequados para o cérebro. Estudos recentes mostram que a falta de hábitos saudáveis faz com que se aumente o risco de doenças degenerativas cerebrais. Isso sem falar na importância do diagnóstico precoce, a fim de se controlar os sintomas.
Já com relação ao Alzheimer, reconhece-se a relevância, principalmente, da falta de hábitos de vida saudáveis. “A obesidade, aliás, pode representar um risco significativo, por conta da diminuição do fluxo sanguíneo cerebral. No tratamento, as grandes novidades são novos medicamentos, estudos com nanotecnologia na biogenética e as técnicas de neuromodulação cerebral”, explica o profissional.
Consultoria: Eduardo Barreto, neurocirurgião especialista em neuromodulação, coluna vertebral e dores crônicas
Texto: Redação Alto Astral
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