Ao falar em doença neurodegenerativa, é praticamente imediata a associação do termo com o Alzheimer. Não é para menos: dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) estimam que, atualmente, cerca de 35 milhões de pessoas em todo o mundo possuem a doença. Em 2030, os números devem saltar para mais de 65 milhões.
Outro levantamento que preocupa vem do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a organização, a população brasileira está envelhecendo; isto é, nos dias de hoje, os idosos (65 anos ou mais) representam 8,17% da população nacional. Já no mesmo 2030, a quantidade chegará a 13,44% dos brasileiros.
Essas pesquisas ligam o sinal de alerta em pessoas e pesquisadores ao redor do mundo porque, segundo a neurologista Vanessa Muller, a idade avançada é considerada um dos principais fatores de risco para o Alzheimer. A profissional também explica que entre as principais ações da doença no cérebro está a “destruição das células, levando à perda de memória e a mudanças no comportamento e de outras funções cerebrais, como orientação, linguagem e cálculo”.
Apesar de não haver uma explicação concreta, pesquisas recentes apontam, por exemplo, para a influência de substâncias em excesso no órgão, o que pode causar alteração em seu funcionamento normal. “Há a presença de proteínas beta-amiloide, emaranhados de proteína TAU, perda de conexões entre neurônios, inflamação deflagrada pela desorganização do sistema imune, morte de células cerebrais e severa atrofia do tecido cerebral”, descreve Vanessa.
Como retardar os sintomas?
Infelizmente, não é possível prevenir ou curar o Alzheimer. No entanto, segundo Vanessa, algumas atitudes simples no dia a dia podem adiar o agravamento dos sintomas. Confira a seguir:
- Exercite corpo e mente por meio de atividades que estimulem o funcionamento saudável (por exemplo, exercícios físicos e investir em novos projetos e desafios);
- Mantenha contato social com família e amigos;
- Trate doenças conhecidas, como hipertensão arterial e depressão.
LEIA TAMBÉM
- 10 sintomas que podem indicar Alzheimer
- Romã: sua casca pode prevenir Alzheimer, indica pesquisa
- Confira 5 respostas sobre Alzheimer e Parkinson
Consultorias: Fernanda Leal Suzano, neurologista no Hospital Estadual de Urgência e Emergência de Vitória (ES); Vanessa Muller, neurologista e diretora médica na VTM Neurodiagnóstico, no Rio de Janeiro (RJ).
Texto: Vitor Manfio/Colaborador – Entrevistas: Victor Santos – Edição: Augusto Biason/Colaborador