Com certeza você conhece alguém que sofre com alergia a camarão, peixes, amendoim, alimentos industrializados ou até leite. A alergia alimentar não é algo tão raro e está cada vez mais presente entre a população. É mais comum em crianças – cerca de 6% dos pequenos com menos de 3 anos de idade têm algum tipo de alergia alimentar – , mas o problema também acomete os adultos. Conforme a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia, estudos indicam que 50% a 70% dos pacientes com alergia alimentar possuem histórico familiar. Se o pai e a mãe apresentam alergia, a probabilidade de terem filhos alérgicos chega a 75%.
Sintomas
Os principais sintomas da alergia alimentar, segundo a nutróloga e dermatologista Paula Cabral, surgem minutos após a ingestão do alimento. Eles costumam aparecer em forma de reações na pele como: urticária, inchaço, coceira e eczema (reação inflamatória da pele). Pode haver também reações respiratórias, como tosse, chiado, rouquidão e lacrimejamento, além de irritabilidade e perda do sono. Há ainda casos de dor abdominal, vômito e diarreia.
Vilões
“Entre os alimentos que mais causam reações alérgicas estão o glúten, o leite e os corantes”, aponta a nutróloga. Mas também há registros de alergia alimentar com a ingestão de ovos, peixes, crustáceos, nozes, amendoim, soja e ervilha. Até algumas frutas como melão e melancia podem causar reações alérgicas como inchaço dos lábios.
Como tratar?
“Algumas pessoa nascem com problemas alérgicos, mas a maioria vai se sensibilizando pela exposição à química dos alimentos industrializados”, explica Paula. Ainda não há um tratamento para acabar com a alergia alimentar, mas algumas atitudes podem prevenir o aparecimento das reações alérgicas. A principal delas, e mais óbvia, é evitar o alimento que gerou a alergia anteriormente. Também é recomendado evitar a ingestão de alimentos industrializados. “A química contida nesses alimentos não é reconhecida pelo organismo. É o caso de acidulantes, conservantes, estabilizantes e corantes. Eles podem ser reconhecidos como agente estranho e causar diferentes reações no organismo”, informa a médica.
Alergia alimentar tardia
O que pouca gente sabe é que há a alergia alimentar tardia, que, como o nome diz, revela seus sintomas após a infância e é causada pelo consumo a longo prazo e repetitivo, de determinados alimentos. Esse problema acomete cerca de 50% da população e gera dor de cabeça crônica, dor muscular, infecções auditivas, obesidade e até celulite, conforme explica a nutricionista Patrícia Davidson Haiat. Segundo ela, qualquer alimento pode provocar as reações de hipersensibilidade tardias, porém, os mais comuns são carne vermelha, frutas cítricas, leite e seus derivados, glúten (presente no trigo, no centeio, na cevada, na aveia e no malte), ovos, milho e carne de porco. Esses alimentos contribuem com pelo menos 80% dos casos.
Dicas de substituições
Muitas vezes alimentos que causam alergia podem ser substituídos por outros livres de substâncias alergênicas. A dica é evitar comer sempre a mesma coisa e ter refeições variadas, todos os dias. “Temos muitos alimentos na nossa cadeia alimentar que podem ser bons substitutos, pois possuem vitaminas e sais minerais capazes de nutrir o organismo como ele necessita. As frutas são ótimas opções, porque funcionam como antioxidantes e fortalecedores do sistema imunológico”, explica a médica Paula Cabral. Evite misturar muitos alimentos na mesma refeição, principalmente sucos e refrigerantes com as refeições e frutas como sobremesa ou na comida, pois causam fermentação. “Para quem tem alergia a leite e glúten, a recomendação é não ingerir esses alimentos de forma alguma. Eles causam reações progressivas, gerando fermentação, enxaqueca e diarreia”, explica a médica. Caso seja difícil detectar a alergia, além de procurar um médico, a dica é tirar de sua dieta um alimento de cada vez e ir prestando atenção em como o organismo reage. Até porque, mais de um ingrediente pode estar provocando as reações. Fique atenta!
Texto: Gabriel Pelosi/Colaborador | Consultoria: Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia; Patrícia Davidson Haiat, nutricionista da Clínica Patricia Davidson Haiat – Nutrição Funcional, do Rio de Janeiro (RJ) e Paula Cabral, médica nutróloga e dermatologista da Clínica Hagla, do Rio de Janeiro (RJ)
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